
Após ser impedido de assistir ao parto de sua filha, realizado na madrugada de terça-feira no Hospital Beneficência Portuguesa de Campos, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, um pai relatou a situação nas redes sociais. Com a ajuda de um amigo, ele chegou a gravar o momento em que lê para uma médica a lei nº 11.108, que autoriza a presença de um acompanhante indicado pela parturiente durante o procedimento.
O músico Gabriel Alves disse que ligou para a polícia, fez um boletim de ocorrência e que, somente após isso, foi autorizado a acompanhar o procedimento. Entretanto, sua filha já havia nascido. No desabafo que postou nas redes sociais, ele reclamou do descumprimento da lei e da falta de estrutura do hospital.
– Ser pai é estar presente é correr atrás dos direitos... Brasil, uma vergonha aonde um pai dentro da lei teve de lutar pra conseguir ficar com a filha – publicou.
Publicado por Gabriel Alves em Terça, 23 de fevereiro de 2016
Ser pai é isso correr atrás , dos seus direitos ..Ta na lei e a lei tem que ser comprida ...Nessa madruga cheguei ao...
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o hospital não se manifestou sobre o caso. No vídeo, a médica relata que a casa de saúde não possui estrutura individual para as mulheres, que ficam em uma sala coletiva e que, portanto, o pai não poderia ficar ao lado da mulher e da filha.
Mais tarde, também via redes sociais, Alves relatou que sua atitude foi elogiada por outras mães, que disseram que queriam a presença dos maridos lá também.
A lei
Datada de 7 de abril de 2005, a lei 11.108 prevê que tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto a rede privada são obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de um acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. O acompanhante deve ser indicado pela mulher que dará à luz.


