O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (12), novo boletim sobre os casos suspeitos de microcefalia. Do início das notificações até 2 de janeiro, foram identificados 3.530 casos, em 724 cidades de 21 Estados. Em relação ao último boletim de 2015, divulgado há uma semana, houve um salto de 406 novos casos, em 28 novos municípios. Também estão em investigação 46 óbitos de bebês com microcefalia possivelmente relacionados ao vírus zika, todos na região Nordeste.
Associação entre zika e microcefalia muda rotina de gestantes
O estado de Pernambuco, o primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.236), o que representa 35% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (569), Bahia (450), Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155), Alagoas (149), Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122). Nos consultórios médicos, cresce preocupação de gestantes sobre microcefalia
O Rio Grande do Sul segue com uma notificação, cuja relação com o zika foi confirmada dia 15 de dezembro. Moradora de Esteio, a gestante teria contraído o vírus no primeiro trimestre da gravidez, em janeiro, quando viajou para Pernambuco.
O boletim também traz os resultados da investigação laboratorial de quatro casos de óbitos, ocorridos no Rio Grande do Norte, com malformação congênita, que tiveram a relação com o vírus zika confirmados. Esses casos estavam sendo investigados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que enviou os resultados ao Ministério da Saúde.
Dois desses casos são abortamentos e dois recém-nascidos a termo (37 a 42 semanas de gestação) que faleceram nas primeiras 24 horas de vida. As amostras foram positivas no teste laboratorial de PCR para vírus zika. Além disso, as amostras de tecido de ambos os recém-nascidos foram positivas no teste de imunohistoquímica, realizada pelo CDC.
Segundo as investigações clínico-epidemiológica realizadas anteriormente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), todas as quatro gestantes apresentaram febre e exantemas durante e gestação. Esses resultados somam-se às demais evidências obtidas em 2015 e reforçam a hipótese de relação entre a infecção pelo vírus zika e a ocorrência de microcefalia e outras malformações congênitas. No entanto, o Ministério reforça a necessidade de prosseguimento das investigações e pesquisas da alteração do número de microcefalias e outras malformações em decorrência de processos infecciosos.
ZH recebe convidados para tirar dúvidas sobre zika vírus
O zika Vírus
Atualmente, a circulação do zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.
Até o momento, estão com circulação autóctone do vírus zika 20 unidades da federação. São eles: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
Grávidas devem evitar repelentes caseiros contra vírus zika
O Ministério da Saúde orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.
Ministério confirma relação entre zika vírus e microcefalia
O que é e o que causa a microcefalia
Entenda os sintomas e o tratamento das três doenças transmitidas pelo Aedes:
Entenda como o zika se espalhou pelo mundo: