Nem os maiores entusiastas da bolsa de valores discordam: é na segurança da renda fixa que residem as boas chances de se proteger da inflação e fazer algum dinheiro no ano que vem. Ao contrário de 2015, quando muitos investidores foram pegos de surpresa com a força do desmoronamento da economia brasileira, para o próximo ano há um consenso de que já se sabe o que vem pela frente. E - ainda que não seja o melhor dos mundos - um cenário mais claro facilita a previsão de riscos e oportunidades nos investimentos.
- A inflação continuará incomodando, mas por outro lado a taxa básica de juros (Selic, que regula a remuneração das aplicações de renda fixa) deverá se manter alta. Ou seja, o poupador não precisa encarar o risco da bolsa para fazer suas economias terem um bom crescimento - resume o consultor financeiro Rafael Seabra.
Aplicações como Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), oferecidos em larga escala pelos bancos, e as letras de crédito (LCIs e LCAs, disponíveis em bancos e corretoras) têm pago juro de até 1% ao mês, dependendo do volume de dinheiro investido e dos prazos, chegando à casa dos 12% ao ano. Isso significa que, em 2016, para quando instituições financeiras preveem uma inflação de 6,64%, essas aplicações oferecerão um rendimento quase duas vezes superior à alta dos preços - e o melhor, sem sustos.
Veja como aproveitar os refinanciamentos
- Outra boa alternativa da renda fixa são títulos de tesouro direto, que se tornaram mais acessíveis à população nos últimos anos ao possibilitar aplicações relativamente baixas e uma remuneração real (acima da inflação) de até 7% ao ano - sugere Valter Bianchi
Filho, sócio-diretor da Fundamenta Investimentos.
O mais atraente nessas aplicações é que preservam a segurança da caderneta de poupança - que, apesar de perder recursos a cada mês, ainda é a opção mais querida dos brasileiros -, mas oferecem um rendimento mais alto. Enquanto a poupança valoriza cerca de 8,7% ao ano (incluindo o efeito da Taxa de Referência), uma boa letra de crédito pode pagar 13,5%.
- As aplicações de renda fixa mais atraentes são aquelas com o benefício da isenção de imposto de renda, como LCI e LCA, e as que pagam um percentual mais próximo à Taxa Selic. É preciso calcular qual será o rendimento para escolher qual vale a pena - afirma o economista-chefe da Geral Investimentos, Denílson Alencastro.
Como fazer render o 13º salário
Correndo por fora, estão os fundos de investimentos, que também podem ser contratados em bancos e corretoras. Essas aplicações mesclam títulos públicos com letras de crédito e empréstimos a empresas. Os fundos de renda fixa já definem o rendimento no momento do investimento. O porém são as taxas de administração, que costumam ser salgadas (em cerca de 1,5% do total aplicado) e corroer parte do ganho.