A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou no último mês a criação do Dia Nacional da Luta contra a Endometriose (8 de maio). A medida está prevista no Projeto de Lei 6215/13, do deputado licenciado Roberto de Lucena (PV-SP). A doença acontece quando o tecido que reveste o útero, o endométrio, se desloca da parede uterina em direção a outros órgãos do corpo, como intestino e bexiga, ocasionando uma reação inflamatória que pode causar dor e levar a complicações.
De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), a doença afeta cerca de 176 milhões de mulheres no mundo, sendo seis milhões só no Brasil. Ainda segundo a SBE, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis.
Alguns especialistas chamam a endometriose de "a doença da mulher moderna". A ginecologista Maria Celeste Wender explica o motivo:
- São dois fatores que podem explicar isso. O primeiro é que, talvez, hoje a doença seja mais diagnosticada do que antigamente. Outro fator é que, há 50 anos, as mulheres engravidavam muito mais cedo e tinham uma gestação depois da outra. Isso, de certa forma, protege do desenvolvimento da lesão.
Causas
Não existe uma causa única definida. Segundo a ginecologista, a hipótese mais aceita é a menstruação retrógrada, quando parte do sangue reflui através da trompa. Outra hipótese é que a causa seja genética.
Sintomas
A doutora explica que, basicamente, os sintomas são dor e cólica.
- É bem comum ter cólica menstrual (dismenorreia) na adolescência, mas é incomum quando começa a se desenvolver na fase adulta.
Outro sintoma pode ser a sensação de dor durante a relação sexual.
- No entanto, há mulheres com endometriose que não apresentam sintoma algum. Passam uma vida inteira sem dor e, quando vão tentar engravidar, descobrem. Outras mulheres têm uma endometriose muito leve e possuem muito sintoma de dor - complementa a médica.
Tratamento
O tratamento depende do estágio.
- Existem modalidades em que o uso do anticoncepcional é usado de forma contínua. Isso faz com que a doença não progrida. Outros tratamentos hormonais colocam a mulher como em uma "menopausa química". E, por fim, existe o tratamento cirúrgico - esclarece a doutora.