Animais esperam para serem adotados na Dibea. Foto: Alvarélio Kurossu
O atendimento com o Samuvet, atualmente, é feito apenas por um motorista, já que não há médicos veterinários disponíveis. O funcionário recolhe o animal e leva à Dibea.
O cão chegou com uma grave ferida ao centro cirúrgico da Diretoria do Bem-Estar Animal (Dibea), em Florianópolis, na segunda-feira de manhã. Ele foi levado do Morro da Queimada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Veterinária (Samuvet) e agora irá se juntar à Pity, que quase perdeu uma pata, e ao Fofão, que foi atropelado no bairro Monte Verde, além de vários outros cães e gatos. Vítimas de maus tratos, atropelamentos, queimaduras e até facadas, os animais são recolhidos pelo veículo e encaminhados para atendimento.
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Porém desde março, o número de profissionais despencou de cinco médicos veterinários para dois, tanto para cirurgias quanto para atendimento na clínica veterinária, o que também impactou no Samuvet, que agora atende apenas em horário comercial, das 8h às 16h, e de segunda a sexta-feira.
Quando foi lançado, em agosto de 2014, o serviço de resgate de animais feridos era 24 horas e todos os dias da semana. Segundo Maria de Fátima Martins, diretora da Dibea, o número de profissionais caiu em função do término dos contratos temporários, já que apenas um deles era efetivo.
- Iremos ter três novos profissionais concursados, mas o processo é longo e pode demorar até 75 dias. Então por isso não temos como definir o prazo e estamos em tratativas com o secretário de saúde para deslocar dois profissionais de outros órgãos, até que os concursados assumam - afirma.
Segundo informações da secretaria de saúde, um veterinário do Controle de Zoonoses será transferido ao Dibea. Ele começará o trabalho assim que a diretora da Dibea enviar o documento à Vigilância em Saúde solicitando o profissional, conforme acordado em reunião com o secretário de saúde.
Maria de Fátima cita que apenas um médico veterinário atende na clínica, que chega a ter 20 atendimentos por dia. A parte de castração gratuita também sofre com a falta de profissionais. Antes, chegava-se a fazer 24 por dia e atualmente só são feitas em caráter de urgência.
A médica veterinária Mirna de Souza Marques é a única que atende no centro cirúrgico da Dibea e reforça que também são necessários mais profissionais de limpeza, enfermagem e estagiários.
- Hoje estamos com número bem reduzido e todos fazem um pouco de tudo - diz.
- Mesmo com o Samuvet operando pela metade, ainda somos referência no país - ressalta Maria de Fátima.
Atualmente o Samu para pet, no qual Florianópolis foi pioneira, também está disponível em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul.
Cão foi atropelado à noite e não teve atendimento
O cão Perneta foi um dos que sentiram os impactos da redução de profissionais. Atropelado às 21h do dia 27 de abril, em uma praça no Saco dos Limões, o pet foi resgatado por algumas amigas que moravam perto. A personal trainer Kelly Cristina Pinheiro tentou ajudar chamando o Samuvet:
- Ligamos para o 190 e disseram que iam vir buscá-lo. Passou um tempo e não chegaram. Então ligamos de novo e falaram que o serviço não estava funcionando - diz.
Perneta foi encaminhado ao Hospital Veterinário do Estreito. As despesas somaram R$ 2,5 mil, que conseguiram graças a doações. Com uma fratura na coluna, ele perdeu o movimento das patas e aguarda, numa hospedagem em Palhoça, por um lar.
:: Confira:
Diretoria do Bem-Estar Animal
Atendimento na clínica: das 8h às 16h (triagem começa às 8h, porém médico veterinário chega às 11h)
Samuvet
Atende animais em vias públicas em situação de emergência. A ambulância é acionada exclusivamente pelo Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), diante de ocorrências atendidas pela PM, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal, em casos avaliados como de extrema necessidade. Ligue 190 ou 193
Para ajudar o Perneta
Para saber mais sobre o cão Perneta, ajudar com doações ou adotá-lo: