A blogueira Jes M. Baker estrelou as campanhas de Abercrombie&Fitch
Os grandes magazines de moda feminina têm uma meta: chegar a 2019 com o dobro de rentabilidade e para atingir o objetivo começam a ampliar suas ofertas com a criação de novas linhas dedicadas ao público plus size. A espanhola Mango acaba de criar a Violeta by Mango, uma coleção cujo objetivo é vestir um público jovem que veste de 40 a 52 com roupas pensadas para serem confortáveis, femininas e atuais, conforme declarou a companhia, com alguma gritaria do público, vale ressaltar, reivindicando que 40 não é plus size. Violeta by Mango será lançada com pompa e circunstância em todas as lojas da rede em 17 de janeiro. A venda online se inicia dois dias antes.
Grandes redes começam a admitir que sua clientela com potencial de compra precisa ser melhor atendida. A revista econômica Business Insider assinala que o êxito da Mango nos Estados Unidos se consolidará definitivamente graças ao lançamento de Violeta by Mango, já que a maioria de suas clientes naquele país não se ajustava ao tamanho "oficial" da loja. Várias outras marcas já embarcaram nesse negócio. A Forever 21 lançou sua linha para "mulheres reais", a Asos colocou na web a coleção Curve, e a H&M criou um espaço online para sua coleção de tamanhos grandes. Em apenas oito meses, o setor já representava 8% do faturamento da H&M.
- Acreditamos que a curto prazo esses tamanhos maiores serão muito mais consumidos do que os tradicionais de hoje em dia - declarou o porta-voz da empresa ao Wall Street Journal.
A modelo Robyn Lawley tem sido requisitada como garota-propaganda de várias marcas que começam a levar a sério o mercado das roupas grandes
As marcas que podem custear a própria fabricação em grande escala e resistem em ampliar o tamanho de suas roupas recebem pressão das consumidoras. Aquelas que rechaçaram publicamente aderir à mudança de mentalidade se viram submetidas a uma polêmica instantânea.
Foi o que aconteceu com a Abercrombie & Fitch no verão do ano passado, quando seu diretor, Mike Jeffries, soltou a (enésima) pérola:
- Minha marca é dirigida às pessoas cool.
Foi tanta revolta que seis meses mais tarde a empresa viu-se obrigada a anunciar uma nova política em que se ampliaram cores, tamanhos e modelos das peças. Ainda assim, não escapou de uma série de denúncias públicas e uma campanha protagonizada pela blogueira Jes M. Baker, que reproduzia a publicidade da grife americana com o título "Atrativa e Gorda".
Paralelamente ao mercado das grandes magazines, outros movimentos apontam para o mesmo fim. A associação inglesa All Walks Beyond the Catwalk aposta na diversidade de estilos em campanhas e passarelas; os prêmios Body Confidence homenageiam as marcas que promovem a não descriminação; agências de modelos, como a Milk Management, orgulham-se de contar com manequins nada convencionais no seu book, como Robyn Lawley, a imagem de Violeta by Mango, uma modelo que dia após dia alcança status de celebridade. Protagonizou campanhas para Ralph Lauren, para a marca de lingerie Chantelle e aparece junto com Tara Lynn e Cristal Renn na capa da revista Vogue Italia dedicada a mulheres reais.