Um novo medicamento para tratar o câncer avançado de pele ou melanoma metastático praticamente duplicou o tempo médio de sobrevida, revela um estudo realizado com 130 pacientes nos Estados Unidos. Desenvolvido pela Genentech, filial americana do gigante suíço Roche, a droga Zelboraf foi aprovada pela agência de controle de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos em agosto de 2011, o que a torna o primeiro novo tratamento contra o melanoma em 13 anos.
O estudo mais recente, cujos resultados foram publicados pelo New England Journal of Medicine, acompanhou 132 pacientes em 13 centros médicos de Estados Unidos e Austrália. Os pacientes tratados com o Zelboraf viveram em média 15,9 meses, contra uma expectativa de nove meses após a metástase.
- Sabíamos que este medicamento reduzia os melanomas em grande parte dos pacientes e que funcionava melhor que a quimioterapia, mas ainda não sabíamos que viviam mais tempo - disse Antoni Ribas, principal autor do estudo e professor de hematologia e oncologia do Jonsson Cancer Center, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
O Zelboraf pode ser utilizado para tratar a metade dos pacientes com melanoma metastático, ou cerca de 4 mil pessoas nos Estados Unidos anualmente, segundo os pesquisadores.
Tomado em forma de comprimido duas vezes ao dia, o medicamento age bloqueando uma proteína ligada ao crescimento celular em pacientes com melanoma avançado cujos tumores mostram a mutação genética conhecida por BRAF V600E. No total, 53% dos pacientes com essa mutação obtiveram redução de seus tumores em mais de 30%, enquanto outros 30% experimentaram reduções menores. A droga não provocou resposta em 14% dos pacientes.
Um inconveniente é que os pacientes parecem desenvolver resistência ao tratamento com o tempo, mas os cientistas estão tratando de encontrar maneiras de evitar que isso ocorra, disse Ribas.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, 68.130 novos casos de melanoma foram diagnosticados nos Estados Unidos em 2010, com 8.700 óbitos.
A Organização Mundial de Saúde estima que o câncer de pele provoca 66 mil óbitos ao ano em todo o mundo, e 80% são atribuídos aos melanomas. No Brasil, estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que mais de 130 mil novos casos de câncer de pele serão registrados este ano.
Melanoma
Nova droga duplica sobrevida de pacientes com câncer de pele
Tratamento é mais eficaz do que a quimioterapia, dizem cientistas
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