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Saudáveis e ardidas: conheça os benefícios de ter a pimenta na sua dieta

Capsaicina, responsável pela sensação de queimação, pode reduzir o colesterol e acelerar o metabolismo

Envolta por algumas verdades pouco conhecidas e muitos mitos, a pimenta detém uma série de propriedades benéficas para a saúde. Quem aprecia seu ardor leva, de quebra, redução do colesterol, aceleração do metabolismo e liberação de endorfinas - para ficar em três das vantagens mais atraentes do seu consumo. Tudo por causa da capsaicina, substância responsável pela sensação de queimação na boca e pelo calor e suor que sobem pelo corpo. Ela está presente em pimentas do gênero capsicum, o que engloba algumas das mais conhecidas, como malagueta, dedo-de-moça, tabasco, jalapeño, cambuci, caiena e pimenta-de-cheiro.

- Se a pessoa tem gastrite, síndrome do intestino curto ou alergia a componentes da pimenta, seu consumo não é recomendado em nenhum grau, pois os efeitos podem ser graves. Fora isso, não há problema algum em comer pimenta. O máximo que acontece é arder a boca - garante a nutricionista Márcia Keller Alves, autora de uma dissertação de mestrado sobre os efeitos da pimenta no organismo, que deu origem a um grupo de estudo sobre o assunto na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Então, se é para comer pimenta, qual é a melhor forma de consumi-la: crua, cozida ou em conserva?

- Tanto faz, desde que tenha o ardor, o que significa a presença da capsaicina, que é o princípio ativo. É essa a substância que faz bem. E quanto mais arder, mais benefícios para a saúde - ensina a nutricionista.

O ardor depende de uma série de substâncias - das quais a capsaicina, presente em células da placenta, região interna da pimenta onde ficam as sementes, é a principal. O mínimo contato com a placenta torna as sementes, portanto, picantes - daí muita gente acreditar que são elas a origem do ardor.

Além de tudo isso, a pimenta faz com que o corpo libere endorfina, o hormônio do bem-estar, o mesmo que entra em ação depois da prática de atividades físicas. Uma garfada bem apimentada provoca a conhecida sensação de queimação por toda a boca. Quando isso ocorre, o cérebro interpreta o fato como uma queimadura real e libera endorfina para gerar alívio.

Também estão em progresso pesquisas que tentam provar que forma substâncias antioxidantes presentes nas pimentas do gênero capsicum podem atuar na prevenção ou no tratamento de aterosclerose, câncer e doenças degenerativas. E não é só.

- O valor nutricional da pimenta é alto. Ela é rica em vitamina A e, quando in natura, também em vitamina C, além de cálcio, ferro, caroteno, fibras, tiamina, niacina e riboflavina - explica a coordenadora do curso de gastronomia da Faculdade Estácio de Sá, em Belo Horizonte, Nádia Antunes.

A vitamina A, por exemplo, é essencial à visão e tem sido apontada em estudos como ferramenta importante no combate aos radicais livres, enquanto a vitamina C, igualmente importante nesse último aspecto, também exerce papel crucial em relação à resistência de vasos sanguíneos, de dentes e de ossos.

- Também presente na pimenta, a niacina mantém saudável o sistema digestivo e ajuda na conversão do alimento em energia. Já a tiamina atua no sistema nervoso, nos músculos e no coração. A riboflavina é importante no transporte de oxigênio pelo organismo - acrescenta Nádia.

Mitos e verdades

:: Para minimizar o ardor da pimenta, o melhor a fazer é beber água gelada

Falso. A capsaicina, substância responsável pela sensação de queimação, não é solúvel em água. Bebê-la, então, só faz espalhar o ardor pela boca. O melhor a fazer é comer pão. Outra opção para combater a queimação é tomar leite ou iogurte, pois a caseína, proteína presente em produtos lácteos, neutraliza os efeitos da capsaicina.

:: Comer pimenta sempre pode causar gastrite ou úlcera

Falso. Ao contrário, os capsacinoides protegem a mucosa gástrica, pois inibem o crescimento da bactéria causadora dos dois males, a Helicobacter pylori.

:: Pimenta velha arde mais do que pimenta nova

Verdade. Uma vez colhida, a pimenta começa a secar. Consequentemente, a superfície exterior se aproxima da placenta, onde se concentra a capsaicina, e o mínimo contato das sementes com o tecido placentário é suficiente para contaminá-las com a capsaicina. Logo, quanto mais seca, mais concentrada é a pimenta.

:: É bom comer pimenta quando se está resfriado

Verdade. A pimenta funciona como expectorante quando consumida, pois estimula a mucosa gástrica e aumenta as secreções do sistema respiratório.

:: Comer muita pimenta causa ardor durante a evacuação

Verdade. Embora o intestino delgado, o estômago e o fígado trabalhem na absorção e na eliminação da capsaicina e da queimação que ela provoca, a ingestão de quantidade exagerada de pimenta terá como consequência a permanência de alguma quantidade da substância até o fim do sistema digestivo.

:: A pimenta é um alimento afrodisíaco

Falso. A ingestão de pimenta provoca no corpo a liberação de endorfina, hormônio do bem-estar, que não tem, necessariamente, relação com o desejo sexual. Os efeitos da pimenta e do sexo é que são parecidos: dilatação dos vasos sanguíneos, aumento do ritmo cardíaco e do suor.

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Pimenta pode ser consumida crua, cozida ou em conserva
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