O engenheiro de som Geoff Emerick, que trabalhou em alguns dos mais importantes discos dos Beatles, morreu nesta terça-feira, em decorrência de um ataque cardíaco, aos 72 anos.
A informação foi confirmada por William Zabaleta, empresário de Emerick, em um vídeo publicado no canal de Emerick no YouTube: "Estávamos conversando ao telefone quando ele teve complicações e teve que desligar. Eu liguei para a emergência, mas quando chegamos lá já era tarde. Geoff tinha problemas cardíacos há muito tempo. Quando é o seu tempo de partir, é o seu tempo de partir", disse o empresário.
Emerick começou a trabalhar com os Beatles quando tinha apenas 16 anos e a banda de Lennon, McCartney, Harrison e Ringo estava começando: seus primeiros trabalhos ao lado dos fab four foram em músicas como She Loves You e I Want to Hold Your Hand, o que fez com que o produtor George Martin pedisse para ele se tornar o engenheiro de som oficial da banda. A partir deste momento, Emerick trabalhou em álbuns históricos, como Revolver, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band e The Beatles, conhecido como Álbum Branco.
Com o fim dos Beatles, o engenheiro de som continuou trabalhando com Paul McCartney, em seus discos solo e com os Wings, banda que o ex-beatle formou ao lado de sua então esposa, Linda. Além disso, foi engenheiro de som em discos de artistas como Elvis Costello, Jeff Beck, Supertramp e America.
Engenheiro de som veio a Porto Alegre em 2018
Geoff Emerick veio recentemente a Porto Alegre, para um minicurso de três dias e um bate-papo no estúdio Áudio Porto. Nos encontros, o engenheiro de som explicou seu processo de trabalho, contou bastidores de gravação e conversou com um público repleto de fãs.
Quem comandou os encontros foi o jornalista Lúcio Brancato, que lembra da simplicidade com que o personagem histórico para os amantes de música e, principalmente, dos Beatles se portou diante do público:
– Uma das pessoas mais importantes na inovação de gravações em estúdio, Emerick era de uma extrema humildade e simpatia. Sabia do peso de sua história e dividia com muita alegria e simplicidade suas experiências. Para mim, e para quem pode ouvi-lo, foi surpreendente a naturalidade com que ele contava de maneira tão detalhada e visual tudo que ele fez pelos Beatles e pela música. Sem a sua habilidade, dificilmente Sgt. Pepper's se tornaria um marco na história da música contemporânea.