O que ocorreu entre Uma Thurman e Quentin Tarantino durante as filmagens de Kill Bill parece não ter abalado o relacionamento entre os dois. Em entrevista ao portal Entertainment Weekly divulgada na sexta-feira (4), a atriz disse que, caso o diretor tivesse um grande papel para ela, consideraria a possibilidade de trabalhar com ele mais uma vez.
Em fevereiro, a atriz fez fortes revelações ao jornal The New York Times. Afirmou que a cena em preto e branco de Kill Bill — Volume 2 (2004), onde ela aparece dirigindo um carro, terminou com um acidente e partes de seu corpo machucadas. De acordo com ela, o veículo não estava em condições seguras, e um membro técnico da equipe chegou a avisar o diretor. Sob protestos da atriz, Tarantino fez Uma gravar mesmo assim.
Provando a veracidade da acusação, Uma enviou um vídeo ao New York Times que mostra os bastidores da cena. Ela bateu a cabeça no volante, o que lhe gerou machucados na perna, na cabeça e no pescoço.
— Ele se desculpo 15 anos depois. Não que isso importe agora, já que tenho meu pescoço danificado permanentemente e meus joelhos ferrados — desabafou ao jornal.
Ao portal Entertainment Weekly disse que, dependendo do trabalho e da situação, voltaria a se unir profissionalmente ao diretor. Também falou que a relação entre eles seguiu boa mesmo após o acidente.
— Se ele escrevesse um grande papel. Eu o entendo, e se ele escrevesse um grande papel, seria algo a mais.
Tarantino chegou a se desculpar publicamente logo após Uma ter revelado o perigo ao qual o diretor a expôs.
— O fato de que ela acreditou em mim, e eu literalmente vi esta pequena curva surgindo. E ela roda em falso. Foi muito triste. De longe um dos maiores arrependimentos de minha carreira, um dos maiores arrependimentos da minha vida. Por muitos motivos — disse ele à época.
Na mesma entrevista ao New York Times, Uma também mirou no produtor Harvey Weinstein, envolvido em vários episódios de assédio sexual em Hollywood. De acordo com ela, o produtor fez alguns convites impróprios tanto na época em que trabalhou em Kill Bill — Volumes 1 (2003) e 2 (2004) quanto na época de Pulp Fiction (1995). Em determinada situação, disse que, se ela não dormisse com ele, perderia o emprego. Em outra, abusou dela sexualmente.