O isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus novamente derrubou o setor automotivo em maio, mas com crescimento em relação a abril, que foi o pior resultado desde a implantação da indústria em 1957. Com a volta gradual das operações de algumas linhas de montagem e a abertura das concessionárias em poucos estados, a produção e a venda de veículos cresceram em maio mas continuam em queda livre na comparação com o mesmo mês de 2019.
Maio fechou com a produção de 43,08 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Foi o menor resultado para o mês desde 1985. O crescimento foi de 2.232,4 % em relação às 1,84 mil de abril, mas um tombo de 85,6% na comparação com as 275,74 mil unidades no mesmo mês em 2019.
A venda de 65,3 mil unidades cresceu 17% na comparação com abril, tombou 73% sobre as 234,1 mil de 2019. Foi o pior maio desde 1992.
Exportação em queda livre
As dificuldades econômicas e os reflexos do distanciamento social provocado pelo covid-19 na Argentina, o principal comprador de veículos brasileiros, comprometeram a exportação. Com 3,87 mil unidades embarcadas, a queda foi de 46,3% em relação as 7,21 mil de abril e de 90,8% ante as 42,12 mil de maio de 2019. Nos primeiros cinco meses do ano, foram exportadas 100,1 mil unidades, uma queda de 44,9% em relação ao mesmo período de 2019.
Pelos dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotoes (Anfavea), resultado acumulado do ano a produção de 631 mil veículos despencou 49,2% na relação a 1,24 milhão de janeiro a maio de 2019.
O segundo trimestre do ano deverá ser o pior na história do setor automotivo. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, lembrou que as montadoras estão retomando lentamente as atividades, paralisadas pelo distanciamento social determinado pela pandemia de coronavírus.
A queda impressiona, e é ainda mais grave na comparação com o resultado de 3,050 milhões que havíamos projetado no início do ano, configurando um tombo de 45%
LUIZ CARLOS MORAES
Presidente da Anfavea
Ainda não é possível avaliar o impacto do covid-19 na economia brasileira e refazer projeções de produção, vendas e exportação até dezembro. Além das diferentes situações dos estados, também os países da America Latina têm situações especificas para enfrentar a pandemia do coronavirus. Para o executivo, os licenciamentos chegarão a 1,675 milhão de veículos. Em 2019 foram 2,788 milhões.
No começo do ano a projeção era do crescimento em torno de 9,4% e três milhões de registros, retornando ao volume de 2014.