Os resultados positivos do setor automotivo, puxados pelas exportações, foram acompanhados pelo mercado doméstico. O desempenho de agosto indica que o pior já passou e deixa a expectativa da lenta e gradual recuperação. Executivos das principais montadoras consideram cedo para comemorar, admitem na volta do crescimento, mas ressaltam a necessidade do fim na crise política que compromete a confiança do consumidor.
A Anfavea – a entidade dos fabricantes de veículos – revisou sua projeção para o licenciamento de veículos em 2017 de 2,13 milhões para 2,20 milhões, crescimento de 7,3% sobre os 2,05 milhões de unidades de 2016. A venda de veículos leves aumentará 7,4% enquanto a dos pesados terá a queda reduzida de 6,4% para 3,6%. As exportações continuam crescendo com a perspectiva do embarque de 745 mil veículos e o avanço de 25,2% na comparação com 2016. Resultado que seria o melhor ano da história para a indústria automobilística nas vendas externas.Este desempenho aponta um total de 2,70 milhões de unidades produzidas neste ano.
A produção de agosto saltou 45,7% sobre julho com 260,3 mil unidades. Já em relação ao mesmo mês de 2016, o aumento foi de 15,4%. De janeiro a agosto saíram das linhas de montagem 1,75 milhão de unidades, 25,5% a mais na comparação com 2016. Os 216,5 mil licenciamentos cresceram 17,2% na comparação com julho. Nos oito meses de 2017 ocorreram 1,42 milhão de registros, acrescimento de 5,3% sobre o mesmo período do ano passado.As exportações de 66,6 mil veículos foram 1,6% maior em relação a julho e 61,7% na comparação com agosto de 2016.
No ano, foram embarcadas 506 mil unidades, volume 56,1% superior na relação com o mesmo período de 2016. Resultado que já é o melhor na história do setor automotivo.
Para o presidente da Anfavea, Antônio Megale, as novas previsões mostram que a indústria caminha para uma retomada, mesmo considerando que a base de comparação de 2016 é muito baixa.
- O que precisamos agora é de estabilidade no quadro econômico para que consumidores e investidores aumentem a confiança e o País como um todo entre em uma rota de aceleração da atividade econômica – pondera o executivo”.
Megale atribuiu o bom resultado a fatores como os sinais positivos do quadro econômico, Foi a primeira vez neste ano que foi superada a venda de 200 mil unidades. Considera o horizonte positivo com as quedas da inflação, da taxa de juros, do nível de desemprego, do endividamento das famílias e dos índices de inadimplência.