* Publicado no blog Gilberto Leal em 07 de julho de 2016
Pressionada pela recessão provocada pela crise política que abalou a economia, a cadeia automotiva continua em queda livre. De janeiro a junho saíram das linhas de montagem 983,5 mil veículos, volume 25,4% menor em relação ao primeiro semestre do ano passado. Os dados divulgados nesta quarta-feira pela entidade dos fabricantes, a Anfavea, mostram que o período foi o pior desde 2004 quando foram produzidos 999.716 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Em junho foram produzidos 182,6 mil unidades, o segundo melhor resultado no ano, mas o pior desde junho de 2004.
Apesar das safras recordes, o segmento de caminhões despencou. No primeiro semestre foram produzidos 25,6 mil veículos, 31,4% menos do que de janeiro a junho de 2015. Ao contrário do que ocorre nos anos de eleições municipais em que a venda de ônibus saltam nos seis meses que antecedem o pleito, desta vez foi diferente. O setor amargou a maior queda da cadeia automotiva no semestre com o tombo de 33,4% e 9,2 mil chassis produzidos.
No quadro melancólico, o único resultado positivo do semestre foi o da exportação, beneficiado pela desvalorização do real. O embarque de 226,6 unidades cresceu 14,2% em relação ao mesmo período de 2015. Considerando apenas os chassi para ônibus, o comportamento também foi favorável com 3,8 mil unidades e aumento de 17,2%. Destoando do quadro, a exportação de caminhões ficou na contramão e acumulou queda de 8% com de 9,4 mil unidades.
Para o presidente da Anfavea, Antônio Megale, os resultados foram prejudicados pela falta de crédito. As vendas financiadas, que normalmente ficam acima dos 60%, caíram para 51,8% do total, a menor participação desde 2003 quando começou o registro da série histórica. Também os feriados das festas juninas no Nordeste e Centro-Oeste comprometeram as vendas de junho com reflexo no semestre.