Daniel Jacques
Especial
Lançado pela Fiat Chrysler Automobiles na quarta-feira em Belo Horizonte, o novo Fiat Uno 2017 é histórico. Em primeiro lugar, porque marca uma mudança de posicionamento do modelo, que deixa de ser “de entrada” e passa a ser uma opção mais completa, para consumidores mais exigentes. Contudo, a razão mais importante é a estreia da nova família de motores Firefly com versões 1.0 e 1.3.
No test drive realizado na capital mineira, a versão com motor 1.0 de três cilindros já surpreende pela leveza. A rápida resposta do novo motor de seis válvulas, unida à suavidade do câmbio manual de cinco velocidades e à nova direção elétrica, garante conforto e segurança ao dirigir.
A volta da Lagoa da Pampulha, onde o teste do 1.0 foi realizado, tem trechos de trânsito urbano e pontos com retas e curvas leves onde foi possível acelerar e testar o comportamento do 1.0. O novo propulsor, além de contribuir bastante para a redução no consumo de combustível, também deixou o Uno 2017 mais silencioso e eficiente. Por isso, os 77 cavalos parecem ser até mais e não comprometem o desempenho.
Também para economia, o veículo ganhou, em todas as versões, peças aerodinâmicas na parte frontal e revestimentos na carenagem. Detalhes que diminuem a resistência do ar e aumentam a eficiência energética. O teste da versão 1.3, de quatro cilindros, teve trechos mais longos de estrada, onde foi possível pisar mais fundo para sentir seus 109cv.
Em ambas as versões, o torque garantiu a “pegada” que se espera.Construída em bloco de alumínio, a nova família pesa 7kg a menos que os antecessores, o que garante menos tempo para aquecer e, consequentemente, menor consumo. Também focando em redução de consumo, a opção por duas válvulas por cilindro trouxe menor perda de atrito.O motor de três cilindros tem consumo médio de 14km/l abastecido com gasolina – com etanol, 9,7 km/l.
História de sucesso
Lançado na Europa em 1983, o Uno chegou ao Brasil no ano seguinte para substituir o modelo 147. E fez história, com versões que se tornaram clássicos, como o Mille 1.0 de 48 cavalos, de 1990, que acelerava de 0 a 100 km/h em 21 segundos e atingia 135 km/h.
O modelo teve diversas versões e ganhou injeção eletrônica em 1995. No ano seguinte, era revelado o Palio, projetado para substituir o compacto que, pelos planos da montadora, ficaria só com motor 1.0, e por pouco tempo. O modelo, no entanto, sobreviveu. Em 2004, ganhou novo visual e, em 2006, a versão Way.
Até 2014 o Uno conviveu com seu pretenso substituto e também com duas gerações, o Mille e o Novo Uno. Há dois anos, a Fiat suspendeu a fabricação do modelo, que em 2016 ganhou novas versões, deixando de competir com o Palio e com o recém-lançado Mobi.
FICHA TÉCNICA
Motor: transversal dianteiro 1.0 flex (77cv) e 1.3 flex (109cv)
Cilindros: três em linha e quatro em linha
Transmissão: manual de cinco velocidades e dualogic de cinco velocidades
Freio: dianteiro a disco com pinça flutuante e traseiro a tambor com sapata autocentrante e regulagem automática de jogo
Suspensão: dianteira MacPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais e traseira com eixo de torção com rodas semi-independentes
Porta-Malas: 280/290 litros
Velocidade máxima: 177 km/h (gasolina e etanol)
0 a 100 km/h: 10,6 s (gasolina) / 9,8 s (etanol) (versão Sporting 1.3 dualogic)
Tanque: 48l
Direção: elétrica
MELHORIAS
Se mudou pouca coisa por fora, o Fiat Uno 2017 ganhou uma longa lista de equipamentos de tecnologia e segurança no interior. No painel, o novo quadro de instrumentos com display LCD de 3,5 polegadas em alta resolução é complementado por itens de conforto e conveniência como central multimídia com tela de 6,2 polegadas, câmera de ré, retrovisor elétrico com função tilt down, volante multifuncional, computador de bordo e paddle shift para as versões Dualogic.
Entre elas estão o sistema de partida em rampa, controle de estabilidade, sistema antitravamento das rodas, controle de tração e volante com borboletas para trocas manuais. O modelo conta ainda com o sistema de partida assistida, com o qual basta o motorista virar a chave em um leve toque e tirar a mão, e o próprio sistema aciona o motor.
Destaque também para a central eletrônica de freio, que passa a oferecer ao modelo várias e importantes funções para aumentar a segurança dos ocupantes, entre elas controle de estabilidade e tração e o ERM (Electronic Roll Mitigation), que reduz a perda de contato de uma das rodas com o solo em manobras rápidas, como mudança de faixa ou desvio de obstáculos.