Pedigree francês, com luxo para inglês nenhum botar defeito e precisão digna dos melhores alemães. Com esses requisitos, o Peugeot 408 não tem como não agradar os brasileiros – mesmo que seja fabricado na Argentina. Em sua mais recente geração, o sedã chega, basicamente, com o mesmo número de equipamentos do líder da categoria, o Toyota Corolla. Porém, com um estilo de condução bem mais esportivo. Isso é bom? Aí depende daquilo que o motorista procura.
Para tentar fugir do slogan de carro de “tiozão”, os franceses deixaram de lado o convencional, priorizando desempenho. Nas aceleradas, o sedã faz bonito e deixa para trás até alguns esportivos. O motor turbo da versão top de linha, a Griffe THP Automático EAT6, produz 166cv (173 a etanol) e faz o carro ir de 0 a 100km/h em 8,3 (8,1) segundos. A dureza da suspensão também faz o condutor pensar que está em um esportivo, pois o carro responde bem nas curvas. Mas há um preço a pagar: nas depressões mais profundas, com o veículo carregado, os passageiros sentem um pouco dos defeitos da pista. Em compensação, mimos é que não faltam para todos os ocupantes. O ar-condicionado é, provavelmente, o melhor da categoria. Os bancos em nada lembram os duríssimos da versão anterior – tiveram a densidade da espuma revista. O carro não dispõe de luz interna que acende automaticamente por aproximação (sensor na chave, como o Corolla), porém o ótimo teto panorâmico permite uma luminosidade ímpar no habitáculo – a menos que haja um eclipse e o carro esteja em um deserto.
O pacote de equipamentos é, basicamente, o mesmo oferecido pelas top de linha das principais marcas. Incomum são o sensor de chuva no para-brisa, o programa de estabilidade eletrônico e o sensor de aproximação (frontal e traseiro) do 408. Como sempre, os franceses não abriram mão de detalhes, como os cromados nos para-choques e o volante revestido em couro. Mas exageraram na tentativa de fazer algo diferente quando colocaram, atrás do volante, uma alavanca para substituir os comandos que, nos outros carros da categoria, ficam no próprio volante. O resultado é que o condutor precisa decorar a função de cada botão (volume do rádio, troca de estação etc.), pois ficam escondidos.
Recuperando posições
No teste drive, o consumo variou entre 8,7kml (na cidade) e 13,9km/l (na estrada, trafegando a 100km/h). O veículo é fabricado nas cores branco, preto e cinza (claro e escuro) e custa R$ 87 mil - a versão Allure 2.0, com câmbio automático e 23cv a menos, parte de R$ 76 mil. O valor é mais baixo que o da maioria dos concorrentes. Com essa fórmula esportiva, a Peugeot espera que o veículo melhore seu desempenho nas vendas. Atualmente, na categoria, ele é apenas o nono mais comercializado do país.
PONTOS ALTOS
Câmbio de seis marchas
Ótimo porta-malas, com dobradiças pantográficas e 526l de capacidade
Motor potente e seguro
Sensor de distância inclusive no para-choque dianteiro
Ar-condicionado bi zone (atua bem no carro todo)
PONTOS BAIXOS
Lâmpadas convencionais, não de Led, na traseira
Visual antiquado Controle multimídia (paddle) complicado – é preciso decorar o que faz cada tecla, enquanto os comandos de um volante inteligente ficam aparentes