A pivô Tamires está muito acostumada a marcar seus gols e ser aplaudida pela torcida brasileira no handebol. No jogo contra Angola, no entanto, as palmas foram de todos os torcedores do ginásio quando ela foi ajudar a capitã do time adversário, Albertrina, que se lesionou gravemente na perna esquerda.
Na ausência de uma maca e sem que a angolana pudesse firmar o pé no chão, Tamires a pegou no colo e levou-a até o banco de reservas. As duas se conhecem por atuarem na liga romena, mas não são companheiras de time.
— Foi algo normal. A Albertina é uma grande amiga e elas fazem um trabalho muito bonito na seleção angolana. Quando eu estava levando, ela me agradeceu, mas foi um pouquinho difícil carregar porque ela é bem grande. Eu só disse que desejo que não seja uma lesão grave. A gente se identifica muito pois falamos a mesma língua, moramos longe de nossos países, somos mulheres negras buscando espaço. Enfim, faria o mesmo com qualquer outra do time delas.
Garrafas proibidas e copos vendidos
Uma estratégia comercial, mas que afeta a limpeza e até a segurança é utilizada nos bares oficiais da Olimpíada. É proibido o cliente sair com bebidas em garrafas ou latas. Os líquidos são colocados em copos decorados com motivos olímpicos e o nome de um patrocinador dos Jogos.
O detalhe é que os copos são de plástico rígido e custam dois euros (R$ 12,50) cada um. É possível reutilizá-los, mas pouca gente carrega o seu para os locais de competição. Eles são vendidos nos bares onde se encontram refrigerantes, água, sucos e cerveja sem álcool. Bebida alcoólica é proibida de ser comercializada e consumida nas dependências olímpicas.
O fumacê dos cigarros na Olimpíada
A bebida alcoólica é proibida nos locais oficiais da Olimpíada, mas o cigarro está liberado nas áreas externas. Os franceses, como de resto os europeus, fumam demais. Seria complicado haver um veto total. É comum ver pessoas de serviço nos Jogos aproveitando localidades na rua fora das arenas para consumir seus cigarros. O veto é para o interior das arenas e lugares fechados como escritórios e salas de imprensa.
Suplente não é ausente
Quem olha na arquibancada dos jogos do handebol feminino do Brasil percebe uma ativa torcedora vibrando, gritando para as jogadoras, se levantando a todo o momento e chamando as atletas sempre pelo nome em altos brados.
A fanática em questão é Babi Arenhart, goleira da equipe nas últimas olimpíadas e agora suplente do grupo. Ela está integrada totalmente à delegação. Babi acompanha o grupo, está credenciada, mas não pode ficar no banco de reservas. Aos 37 anos, a gaúcha de Novo Hamburgo se mostra mais do que pronta para ser chamada numa eventual lesão da titular Gabi Moreschi ou da reserva Renata.
Uma torcida mais do que especial para Rebeca
O velejador Robert Scheidt está em Paris. Dono de cinco medalhas olímpicas (duas de ouro, duas de prata e uma de bronze), ele acompanhou a ginasta Rebeca Andrade na conquista do quinto pódio, igualando a marca que também é de Torben Grael.
Desprovido de qualquer vaidade exagerada, Scheidt garantiu que torce para que Rebeca o supere ainda nesta Olimpíada e que ela, ou outro atleta chegue a marcas ainda melhores em Los Angeles. "É bom para todos os esportes", foi a justificativa alegre de um verdadeiro campeão olímpico.
MEDALHA DE OURO:
Novak Djokovic. O tenista sérvio já havia vencido quase tudo na carreira, mas faltava a medalha de ouro no torneio de simples de uma Olimpíada. Não falta mais nada. Comemorou como se fosse sua primeira conquista na vida.
MEDALHA DE LATA
Futebol Sul-americano masculino. O Brasil fez fiasco já no pré-olímpico. Paraguai e Argentina ficaram pelo caminho na França. Nenhum semifinalista é da América do Sul, algo que não acontrecia desde 1992.