Sabidamente com suas limitações de grupo, o Inter faz grande campanha no Brasileirão na base do jogo com aceleração máxima sempre. Qualquer diminuição da rotação é risco iminente. Foi o que aconteceu contra o Corinthians.
O time colorado jogou menos. O adversário, ainda que em má fase, fez uma partida de mais entrega e competência e venceu com justiça. Não foi o maior fracasso técnico da equipe de Eduardo Coudet na competição. Há sempre de serem lembrados os confrontos contra o Goiás e diante do Fortaleza, embora naquelas ocasiões não tenham jogado todos os titulares. O grande problema gerado pelo resultado no Itaquerão está na tabela.
A liderança ao final do primeiro turno, que já dependia de um tropeço do Atlético-MG em jogo atrasado, agora também exige que o Flamengo perca para o São Paulo. A secação passou a ser obrigatória para a manutenção da posição na tabela.
Os colorados sabem que não se pode permitir aos adversários diretos e mais robustos em seus elencos que tomem a dianteira, especialmente porque os confrontos contra eles no returno serão fora do Beira-Rio. A chance para os inimigos foi dada pelo Inter. Aí está o grande prejuízo decorrente de uma atuação fraca.
Por tudo o que fizeram até agora no campeonato, Coudet e seus comandados não podem ser demonizados pela derrota em São Paulo. Há, porém, que se reconhecer que a defesa está mal, principalmente na figura de Víctor Cuesta, que erra individualmente e não dá a segurança que alguém experiente precisa garantir contando com um parceiro jovem como Zé Gabriel.
Thiago Galhardo esteve longe das atuações que o colocam como artilheiro da competição e ainda acabou expulso num lance grave, mas que até pode ser discutido na rigidez da punição. O próprio treinador demorou muito para justificar o esforço da diretoria e de Yuri Alberto, colocando-o em campo pouquíssimos minutos antes do final da partida.
Faltou fundamentalmente o gol cedo, talvez aquele que não foi feito por Edenilson no primeiro minuto. O Inter perdeu para um time que foi melhor, que jogou para se redimir, que ganhou mais divididas e que travou os jogadores colorados, especialmente Patrick.
O Corinthians jogou para neutralizar o adversário — e o fez. O que aconteceu com o time de Coudet era até previsível. Um dia, a aceleração seria diminuída e, sem o máximo da potência, a equipe se mostra vulnerável.
Secar o Flamengo e o Galo é o primeiro passo. Retomar a intensidade produtiva com vitória diante do Coritiba, no Beira-Rio, é uma obrigação para que o que foi perdido não se torne irrecuperável.