Não errou o colorado que eventualmente comemorou o empate com o América de Cali. A classificação para as oitavas de final da Libertadores está muito bem encaminhada, e o time mostrou capacidade de resistir a uma pressão intensa do adversário. Também não estará equivocado quem avaliar como preocupante mais uma atuação da equipe de Eduardo Coudet, mostrando também total desconsolo com a lesão grave sofrida por Saravia ou irritação com a expulsão de Leandro Fernández.
De um lado está a boa situação na tabela, que permite classificação até com derrota na última partida da fase. De outro, a falta de garantia de desempenho futuro numa semana que terminará com Gre-Nal pelo Brasileirão. O Inter sofreu muito e jogou pouco para sair com o precioso ponto conquistado na Colômbia. O sofrimento não foi apenas técnico. Perder o lateral Saravia por um longo período, conforme previu o próprio técnico Coudet, é desmanchar uma das poucas coisas indiscutíveis dos últimos tempos e não ver um paliativo. Também não ajuda ver a atitude de outro argentino, Leandro Fernández, ao não saber contornar uma provocação e, de maneira primária e irresponsável, revidar na frente do juiz. Foi tolo demais o atacante, digno de uma punição pelo clube dada a falta de comprometimento com a equipe, a qual prejudicou sensivelmente.
Se Leandro Fernández fez sua parte para o Inter perder para o América, a tentativa foi destruída por Rodrigo Moledo. O experiente zagueiro tomou conta do setor, evitou a derrota colorada com lances de puro conhecimento da posição. Certamente ele garantiu permanência na equipe, para o bem do time e até de Zé Gabriel que agora ganhará tempo de maturação vendo um especialista no setor defensivo.
Moledo foi um símbolo de um resultado a ser valorizado pois, além de escancarar as postas da classificação, teve de parte do elenco uma boa amostragem de garra e dedicação. Mesmo que o torcedor não reconheça, este empenho existe e precisa ser levado para o Gre-Nal, quando Edenílson e Moisés estarão de volta.