Não há muita paciência por parte dos colorados em relação ao próprio time. O que se gerou após a derrota no Gre-Nal se avolumou depois do empate em Bento Gonçalves, mesmo que haja justificativas que atenuariam a situação. Os pontos de contestação vão desde a crítica a desempenhos de atletas, passando pelas escolhas do treinador ou a opção de usar uma equipe alternativa já no segundo compromisso após a volta do Gauchão.
Vendo o desempenho aquém do esperado do Inter pós-parada, o novo ingrediente é uma incerteza de classificação para a fase semifinal do returno, o que na teoria é praticamente impossível e sem nenhuma tendência, mas, acontecendo, significará a eliminação no campeonato.
Sem desprezar o Aimoré, o favoritismo colorado na partida de quarta-feira (29) é total, ainda que não tenha havido boas atuações do time de Eduardo Coudet na semana passada. A colocação do jogo no CT de Alvorada obrigatoriamente tranquiliza o Inter na questão do gramado, afinal, agora a casa é do clube de fato e de direito. O problema todo está na proibição de um tropeço. Na lógica, era para a classificação estar garantida antecipadamente. Agora, no entanto, até um empate deixa a vida colorada dependendo de jogos paralelos. Esta circunstância que ninguém esperava no Beira-Rio é o que gera um ambiente diferente para o confronto e com uma alta pressão que pouco ajuda quem precisa mostrar recuperação.
Mesmo como hipótese remota, qual seria a consequência de uma eliminação do Inter neste momento? Não é tão difícil de prever e é digno, sim, de preocupação de quem sustenta o atual projeto de futebol do clube. Ninguém acreditaria que a frase "o que vale neste jogo é o resultado e não o desempenho" fosse apropriada para o enfrentamento com o Aimoré, mas virou realidade. O futebol ensina que momentos como este têm também o efeito mobilizador em caso de sucesso e esta dever ser a aposta colorada, com ou sem bom futebol.