O mau momento do Grêmio na Libertadores com a terceira atuação fraca em três jogos já motivou a justa cobrança do torcedor sobre alguns jogadores, sendo mais uma vez Luan o principal alvo de críticas. Se é verdade que no passado houve exageros, quando atiraram pipoca no carro do atacante, e ele deu a resposta se consagrando como destaque nacional, melhor jogador do Grêmio e "Rei da América", agora a situação é diferente.
Luan não está jogando mal em 2019. Ele deixou de ser o "craque do time" lá atrás, na exuberante atuação da final da Libertadores de 2017. Ainda naquele ano, teve discretíssima passagem pelo Mundial de Clubes, quando deveria, por lógica, ter sido uma diferença a favor da equipe. A temporada passada, porém, foi aquela em que a todo o momento se esperou o retorno da "craqueza" de Luan e ela foi sonegada ao Grêmio ao ponto de, em um jogo contra o Ceará, haver vaia da torcida e uma resposta de um tempo só com um golaço e algumas boas jogadas. Sua crônica fascite plantar é um elemento importante, mas não o determinante.
O decréscimo de Luan tem claramente a ver com um desencanto pessoal de não ter sido negociado para o Exterior como viu nos últimos anos seus companheiros Walace, Pedro Rocha, Arthur e até Marcelo Grohe serem, estando próximo de ver ocorrer o mesmo com Everton. Quando esteve por sair, não quis, pois achou que a Rússia não era um bom destino.
Também colaboram para as frustrações de Luan as ausências constantes nas convocações da Seleção Brasileira, especialmente a que poderia tê-lo levado à Copa do Mundo. O Grêmio parece ter sido, de um tempo para cá, muito mais um consolo do que uma motivação para ele que deixou o campo bem mais cedo contra a Universidad Católica, nesta quinta-feira (4), em uma acertada decisão de Renato. Isto seria impensável até um ano atrás. Agora, ninguém chamará o técnico de maluco se ele colocar seu antigo "melhor jogador" no banco.
O Luan Rei da América não existe mais, para azar do Grêmio. Se ele tiver interesse, pode até tentar reconstruir o caminho.