Demorou tanto que eu já estava pensando que o Inter desistira da sua ação contra o Vitória, mais tarde incorporados ao processo a CBF e o próprio STJD. Seria uma lástima, pois ficaria a suspeita de que o clube gaúcho fizera uso de uma manobra, exclusivamente para tentar permanecer na Série A via tapetão.
Felizmente, esta suspeita não se confirmou e o Inter fazendo valer a sua grandeza como instituição buscou na Corte Arbitral do Esporte, localizada na Suíça, o amparo legal para a sua postulação. Bem longe dos interesses, muitas vezes inconfessáveis, da CBF e da própria corte de Justiça Desportiva.
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O resultado foi revelado esta semana. A mais alta instância esportiva analisou o pedido do Inter e decidiu intimar Vitória, CBF e STJD para dar explicações. Por nada? Obviamente, não. Agora, o assunto será esclarecido na Suíça. A Corte Arbitral fez o que o STJD, estranhamente, se negou a fazer: analisou documentos e entendeu que era caso para que todas as partes se pronunciassem. É só esperar.
Ordem dos fatos
Poucas vezes se viu uma denúncia de clube sofrer tratamento mais abjeto do que aconteceu neste caso do zagueiro Victor Ramos. O presidente do STJD, jogando no lixo a mínima postura de magistrado, saiu berrando que o Inter só queria usar o tribunal para se safar do rebaixamento. E se negou a examinar o caso, comportamento seguido pelo procurador do tribunal.
Quando o Inter divulgou cópias dos e-mails trocados entre a CBF e o Vitória, cujo conteúdo condenava o clube baiano, a entidade nacional, inescrupulosamente, resolveu acusar o Inter de ter falsificado os e-mails e denunciou o clube gaúcho na Justiça Comum. Esta foi a ordem dos fatos.
O Inter não se conformou e buscando preservar sua imagem e outros interesses apelou para a Fifa. Lá, está sendo ouvido.
Repercussão
Incompreensivelmente, o Inter precisou resistir a um verdadeiro massacre da imprensa nacional e gaúcha por ter se atrevido a questionar um procedimento da CBF.
Ninguém sabe qual será o desfecho do assunto, mas apenas o fato de a Corte Arbitral do Esporte ter emprestado consideração ao preito colorado já é suficiente para justificar a atitude do Inter. Agora se diz, candidamente, que o Inter está no pleno exercício do seu dever. Um pouco tarde, não?