Saci é uma lenda que se iniciou com povos indígenas Guarani que habitavam aqui no Sul. O menino negro que usa gorro vermelho e pratica travessuras é o mascote do Inter. Antes do Gre-Nal, ele desceu da coberta do Beira-Rio pendurado por uma corda. Imitar o Saci foi a comemoração escolhida por Borré após o gol que decidiu o clássico.
Não foi uma simples comemoração de gol. Ele poderia ter beijado o escudo ou ter cerrado os punhos vibrando se dirigindo ao torcedor. Mas escolheu imitar o Saci. E, na minha opinião, isso diz muito sobre a recuperação do Inter no Brasileirão.
Os jogadores entenderam que não basta vestir a camisa e entrar em campo. É preciso ter identificação com o clube. É preciso viver o Inter. É preciso se entregar por essa torcida. Como isso aconteceu? Não sei! Talvez a presença de D’Alessandro no vestiário tenha ajudado muito. Borré sabe que o argentino é ídolo aqui porque sempre se entregou em campo.
Provavelmente, Borré nunca tenha visto ou ouvido falar sobre o Saci. Mas foi atrás. Se preocupou em saber mais sobre o Inter. E jogadores assim, engajados, identificados, entregam mais dentro de campo. Os demais, que não fizeram gol, ficaram em campo comemorando por muito tempo a vitória. Certamente imaginando como será ganhar um grande título dentro do Beira-Rio.
Os times campeões sempre tiveram identificação com o clube. Algo ausente nos últimos anos e que parece estar muito presente nesse elenco comandado por Roger Machado. Estamos no caminho certo que vai nos reconduzir aos grandes títulos.