Não vou lhe pedir doações em dinheiro para alguma causa e nem mesmo muitas horas de trabalho voluntário. De fato, para fazer parte da campanha mais importante do século, você só precisa falar com uma pessoas. Uma única. Pode ser um familiar, um vizinho, um amigo, um colega de trabalho. A condição: que essa pessoa não tenha se vacinado e esteja habilitada para tal. Se cada gaúcho convencer alguém a se imunizar, em pouco tempo estaremos vivendo tempos bem mais luminosos por aqui.
Dados do mês passado apontavam que meio milhão de gaúchos que poderiam estar imunizados ainda não estavam. Há alguns desafios nesse processo de diálogo. O maior deles é o da polarização. Não adianta brigar, xingar ou julgar. Isso só gera o reforço da posição contrária. Para convencer, é preciso empatia. Jamais desqualificar o argumento do outro, mas partir dele para a construção de um caminho alternativo. Abaixo, algumas ideias sobre persuasão:
- Primeiro ouça. Tente entender porque seu vizinho, amigo, colega ou familiar se recusa a tomar vacina. Pode ser algo mais simples, como dificuldade logística ou falta de informações.
- A partir daí, se coloque à disposição para ajudar. Não tente impor, a não ser que seja alguém sem condições de tomar decisões próprias.
- Misture dados concretos e emoção na sua argumentação. Mas evite parecer o dono da verdade. Legitime as dúvidas do interlocutor, mas as preencha com certezas.
- Em alguns casos, funciona o velho e bom “não precisa me responder agora”. Em determinados contextos, é mais eficaz deixar que o outro chegue a uma concussão sozinho, porque quer, e não porque alguém o convenceu.
Se achar que há espaço para tanto, em um contexto de intimidade, se comprometa a ceder em alguma coisa, como parte de uma negociação. Pague a próxima janta, vista a camiseta do time adversário ou prometa - e cumpra - fazer algo que você se recusaria a fazer em tempos normais.
Se você tiver mais alguma ideia que possa ajudar a convencer sem brigar, eu adoraria publicar. É o nosso jeito de ajudar, sem arrogância e nem vaidade. Todos queremos um futuro melhor, até mesmo os que se recusam a tomar vacina.