Os clichês subiram ao pódio. Ouro para “as aparências enganam” e prata para “o esporte nos ensina muitas coisas”. Domingo à noite, quando a incensada campeã mundial de skate Pâmela Rosa caiu duas vezes na primeira volta e não conseguiu completar suas manobras, o veredito era óbvio: amarelou, sentiu a pressão. Logo pensei nesse jeito brasileiro de ser, tão emocional, bom para tantas coisas e ruim para outras, por exemplo, quando uma competição de alto nível exige frieza.
Ao acordar segunda pela manhã, vi a foto de um tornozelo roxo e inchado. Era o da Pâmela, que competiu em condições que nós, juízes de sofá, não conseguiríamos sequer caminhar meia dúzia de passos até o refrigerador para buscar mais refri.
Desculpe, Pâmela, por pensar que sua força era fraqueza. E obrigado por ensinar, mais uma vez, algo tão útil e tão em falta no Brasil: primeiro compreender de verdade, para depois julgar.