Após o fiasco ético e criminal do último governo petista, José Dirceu e outros próceres partidários analisaram os fatores que levaram à derrocada do projeto lulista. Entre os pontos analisados nas instâncias internas da sigla, estava a falta de capacidade de aparelhar as Forças Armadas. De fato, desde o final do regime militar, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica se mantiveram coesos e fiéis ao seu papel constitucional.
Mesmo que a maioria dos oficiais não simpatizasse com a esquerda, os quarteis se mantiveram em silêncio durante anos. Quando Dilma Rousseff já afundava na lama da corrupção e da roubalheira do PT e de seus aliados, algumas vozes se levantaram. Mas nunca institucionalmente.
Jair Bolsonaro aprendeu a lição. Os movimentos que tiveram o general Eduardo Pazuello como protagonista visível são parte de uma estratégia clara. Do ponto de vista do núcleo bolsonarista, está dando certo. Seus resultados de médio prazo, porém são de altíssimo risco. Forças Armadas coesas e fies ao seu papel legal são mesmo um obstáculo a projetos totalitários de poder, tanto de esquerda quanto de direita. Forças Armadas rachadas explodem projetos de país.