A Standard Glass é uma empresa de Gravataí. Tem dez colaboradores e atua desde 2014. Mas isso não é uma propaganda. Sucede que precisei trocar uma esquadria, por onde entrava água no apartamento. Por indicação de uma vizinha, cheguei a eles. Os dois sócios, o Alan e Alexandro, fazem o atendimento, tiram os pedidos e labutam na linha de frente da prestação de serviço. A equipe chegou ao meu apartamento devidamente mascarada, uniformes impecáveis. Acertamos o preço e as entregas foram feitas rigorosamente dentro do combinado, ainda antes da bandeira preta.
Dias atrás, o Alan me mandou uma mensagem, perguntando se eu poderia conversar cinco minutos sobre um tema que nada tinha a ver com esquadrias. Respondi que sim. Logo em seguida, recebi o telefonema. O Alan explicou que os tempos estavam complicados e, constrangido, quase pedindo desculpas, perguntou se eu poderia explicar para ele e para Alexandro, que estava no viva-voz, o que estava acontecendo no Brasil.
— Desculpe lhe chatear, fique à vontade se não quiser, mas precisamos aprender para tocar nossa empresa — explicou.
Aquela solicitação, feita daquele jeito, simples e direto, me deixou emocionado, comovido. Pensei na carga que todos os empreendedores enfrentam atualmente. E tentei, da melhor forma que pude, ajudá-los. Disse que entender o Brasil ninguém entende, mas me esforcei para traçar alguns cenários sobre vacina, retomada da economia e perspectivas políticas.
Peço licença para o momento “mulher de Cézar”, que seria desnecessário em tempos normais. Obviamente, não cobrei nada deles e nem obtive qualquer desconto ou vantagem. Foi um favor, de coração.
Quando a conversa acabou, eu estava ainda mais emocionado. Tinha sido um dia difícil. Mas ver aqueles dois empreendedores lutando e acreditando no futuro me vez tão bem, mas tão bem, que decidi compartilhar essa alegria com os leitores.