A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do RS está questionando os critérios divulgados em algumas entrevistas para definir a prioridade no tratamento da covid-19 no Estado.
A entidade não aceita que a idade cronológica preponde para definir a prioridade de suporte, sob o argumento de que nem sempre as pessoas mais jovens têm maiores chances de sobrevivência.
Em nota assinada por João Senger e Gustavo Pereira, presidente e integrante da associação, essa prática é classificada como ageísmo (discriminação contra pessoas pela idade). Para eles, "esse pensamento reflete falta de empatia e respeito a pessoa idosa". Além disso, temem que o medo de serem barrados leve muitos idosos a deixarem de buscar atendimento e suporte de saúde em casos mais delicados.
O texto da entidade ressalta também que diversos estudos científicos demonstram que a capacidade funcional prévia à internação é um marcador significativo para definir chance de sobrevivência. Assim, idosos saudáveis e com boa funcionalidade podem ter inclusive melhor prognóstico do que pacientes mais jovens.
“A idade cronológica não representa fator isolado sobre escolha de prioridade, conceito já bem estabelecido na literatura científica e entre profissionais envolvidos nesse difícil processo no cenário hospitalar”, afirma a nota enviada ao Informe Especial.