Muitos dos que se opõem ao debate sobre a mudança do hino rio-grandense repetem que são contra "o revisionismo histórico". É preciso alertá-los. Estão usando o termo de forma equivocada.
Entre os significados dessa expressão, podemos destacar um: a releitura distorcida de fatos históricos com objetivo de construir narrativas que contrariem a verdade. Alguns exemplos: negar que houve tortura no Brasil. Negar que os índios foram massacrados nas Américas. Negar que o Holocausto aconteceu. Negar que Cuba de Fidel Castro era uma ditadura sanguinária. Há muitos outros, repetidos tanto pela esquerda, quando pela direita, na esperança de que essa repetição os transforme em verdades.
O caso do hino rio-grandense é diferente. Porque ninguém está querendo distorcer seu real significado. Ao contrário. Modificar a frase "povo que não tem virtude, acaba por ser escravo" é zelar para que a letra diga exatamente o que quer dizer: que a escravidão, de qualquer espécie, é inaceitável e que ela não é culpa das vítimas, mas sim dos opressores.