O tempo voa. Ano que vem votaremos para presidente da República, para governador, para o Senado e para a Câmara dos Deputados. Mais do que uma mudança de calendário, a aproximação do pleito e o início da metade final mandatos têm efeitos concretos na dinâmica política e econômica do país.
O que parecia longe até dois dias atrás, começará a ganhar contornos mais nítidos no horizonte de 2021. O que vai acontecer:
- A radicalização do debate ficará ainda maior, com disputas internas por espaço no campo da direita – Bolsonaro e Doria.
- Aqui no RS, Eduardo Leite incrementará a sua presença nos debates nacionais e, os mesmo tempo, de forma discreta e sem alarde, começará a investir na visibilidade de um candidato, ou candidata, para sucedê-lo.
- A posse de Joe Biden, em 20 de janeiro, mudará o eixo das relações externas no Brasil, até hoje focadas no apoio a Donald Trump.
- A posse de Biden aumentará a pressão sobre a questão ambiental brasileira. Nesse contexto, o futuro do ministro Ricardo Salles será o maior indicador da postura a ser adotada pelo governo Bolsonaro. Se Salles ficar, a tensão aumenta. Mas sempre existe a chance de uma promoção a embaixador ou a represente do Brasil em um órgão internacional de muito prestígio e de pouca relevância.
- Especialmente a partir da metade do ano, candidaturas ainda embrionárias começarão a se apresentar de forma mais clara. Luciano Huck é um exemplo.
- O vice-presidente, Hamilton Mourão, definirá o caminho que pretende trilhar em 2022. Ou se mantém sob a sombra de Bolsonaro, ou começa a marcar uma linha de independência, com posicionamentos mais críticos, de olho em uma candidatura descolada de Bolsonaro ao Planalto, ao Piratini ou mesmo ao Senado, pelo RS ou pelo DF.
- As articulações por uma frente unificada de esquerda para disputar o Planalto passarão pelo seu teste de fogo. Renovar ou apostar em nomes mais conhecidos? Esse é um dos nós que precisará começar a ser desatado.
- O tempo e a abrangência da vacinação contra covid-19, mais do que nunca, serão abordados sob o viés eleitoral, em vez de sanitário.
- Os efeitos do fim do auxílio emergencial nas pesquisas de popularidade do governo estarão sendo acompanhados de perto pelo presidente Bolsonaro. Se a avaliação cair demais, Paulo Guedes será chamado para conversar.