Em princípio, as empresas de ônibus da Capital pretendem cumprir a lei e propor um índice de reajuste da tarifa em fevereiro. Um adiamento de até 90 dias chegou a ser ventilado pela prefeitura, mas não encontrou, até agora, eco. Mais do que um gesto de hostilidade, a manutenção da data se impõe em um contexto de pressão por revisão salarial de motoristas e cobradores, além de outros custos que não podem mais ser absorvidos pelo sistema.
Apesar disso, a disposição para o diálogo segue. O que se discute hoje, entre outros pontos, é a possibilidade de calcular a nova tarifa a partir de uma expectativa de aumento no número de passageiros daqui para frente. Essa variável, decisiva na montagem do percentual de reajuste, ainda permanece deprimida em função da pandemia e da concorrência dos aplicativos, entre outros fatores.
Projetar ônibus mais cheios, com eventuais cortes de outros custos, baratearia o preço pago pelos passageiros. As empresas necessitam, porém, da garantia de que, caso a expectativa de retorno do movimento não se concretize, a prefeitura aportará recursos para garantir a saúde do sistema. "Há o cálculo técnico e há o que o poder público quer definir como tarifa", explica um especialista com larga experiência no setor.