Aviso: este não é um texto de acusação e nem uma tentativa de colocar o dedo no rosto de ninguém. É apenas um exercício intelectual que tem como objetivo colaborar na formação de opinião sobre o tema público mais relevante do momento e sobre seus desdobramentos.
Dito isso, transcrevo a pergunta que me instiga neste domingo: e se a covid-19, em vez de atingir mais os velhos, chegasse de forma mais violenta aos jovens e às crianças? Como seriam as posições sobre isolamento e vacina? Obviamente, minha vontade é uma só: que o novo coronavírus não existisse e, uma vez que existe, que suma imediatamente. Mas, se fossem os jovens e crianças?
Vivemos em um país com qualidades maravilhosas que, como todos, tem seus defeitos a corrigir. Um deles é o descuido com os mais velhos. Precisamos avançar nessa área, não apenas porque é ético e justo, mas porque os 60+ têm muito a agregar à economia e às relações pessoais.
Quando o assunto é pandemia, não considero quem pensa diferente de mim má pessoa ou desonesto. Reconheço nos que criticam as medidas mais enérgicas, em muitos casos, boas intenções, embora isso não baste para acertar.
Mas se as maiores vítimas não fossem os velhos invisíveis? É uma pergunta que não me arrisco a responder por ninguém, mas que me permito lançar em nome de homens e mulheres esquecidos pelo investimento social, tantas vezes pelas próprias famílias, pelas políticas púbicas e pelos políticos que se engalfinham em busca de poder.