Exatos nove meses após a última sessão, o Cine Cisne, de Santo Ângelo, anunciou que fechou definitivamente as portas. Era o único cinema ativo da cidade localizada no Noroeste do Estado. Tinha 62 anos ininterruptos de trajetória. O proprietário, Flavio Panzenhagen, informou a decisão na sexta-feira, em uma rede social. "Por diversas vezes quase fechamos, mas sempre surgia uma luz no fim do túnel, ou seria no projetor, e seguíamos nossa história", escreveu ele.
No texto, Panzenhagen pede desculpas à comunidade, mas diz que, depois de muita reflexão, concluiu ter chegado a hora de separar a razão da emoção. E encerra lembrando que é preciso manter os cuidados com a covid-19.
O presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas, Ricardo Difini Leite, alerta que um número maior de cinemas pode fechar no Rio Grande do Sul por não suportar tanto tempo parado em função de medidas restritivas adotadas para evitar a disseminação do novo coronavírus. Para o dirigente, o problema é que há assimetria em relação a outras atividades.
– Infelizmente mais fechamentos ocorrerão, pois enquanto não podemos abrir com apenas 30 pessoas por sessão, como o autorizado aos templos religiosos, outras atividades com maior risco podem funcionar. Não entendemos esta falta de isonomia com o nosso negócio – diz Leite.
Em Porto Alegre, por exemplo, os cinemas abriram dia 22 de outubro, mas voltarem a fechar em 30 de novembro.