Lojas fechadas, contas para pagar e a responsabilidade sobre os empregos de dezenas de milhares de colaboradores. Não há monopólio de dor e de perda durante a pandemia, mas os lojistas estão entre os que estão pagando a conta mais alta. Inclua-se nessa categoria todos os empreendedores que, lá atrás, optaram pela vocação e pelo risco, mas não por esse risco transformado em tempestade perfeita pelo coronavírus. Estejam eles à frente de pequenas ou de grandes empresas. Quando estudei marketing na ESPM, lá na década de 90, um professor insistia: "Não existem pequenos empresários, existem empresários de negócios com potencial de crescimento".
Por isso, por dever de justiça e sem nenhum demérito a tantas categorias que se sacrificam nessa hora, devemos reconhecer o papel e a relevância dos empreendedores que sofrem por ter de demitir, que se sacrificam para manter empregos, que tentam se reinventar para sobreviver e que, democraticamente, debatem e propõem soluções que consigam manter o inseparável vínculo entre preservação da vida e saúde econômica. Ninguém gosta de demitir. Se não fosse pelo drama humano, formar gente é trabalhoso e caro.
Por trás de uma porta fechada, da insônia, da tentativa do empréstimo que dê mais um fôlego, por trás de tudo isso existe esperança no futuro. Muito obrigado a quem acredita e insiste. Sei que não é fácil, mas é fundamental.