Desde que a pandemia começou, sabíamos que seria assim. Mais um vez, se reafirma uma nova lógica: não há cenário sem perda. Por isso, a decisão de fechar novamente setores da economia em Porto Alegre é tão polêmica. Há prejuízos importantes e inegáveis, mas, se fosse diferente, também haveria. Então cabe aos gestores públicos e à sociedade uma escolha difícil e arriscada, porque boa parte das variáveis é desconhecida. Precisamos optar pelo menos pior, sem qualquer paradigma ou modelo anterior a seguir.
Não se trata aqui de uma decisão comum, onde há certo e errado, ganho ou perda. A pandemia nos desafia a pensar diferente. Haverá mais mortes e haverá mais desemprego. Não importa se amanhã abrirmos ou fecharmos tudo. Só o pensamento mágico ou a má intenção oportunista poderia embasar o argumento de que lojas e restaurantes ficariam lotados se pudessem funcionar. Não ficariam. Muitos quebrariam ali na frente. As pessoas têm medo e menos dinheiro para consumir. Também trancar todo mundo em casa seria uma catástrofe.
Até que uma vacina ou um remédio surjam, vamos conviver com o abre e fecha, avança e recua, acerta e erra. Tudo o que fugir disso é mentira, burrice ou ingenuidade. A não ser que alguém invente algo absolutamente novo, disruptivo e eficaz. Quero ser o primeiro a aplaudir.