Centenas, se não milhares de regras e leis inúteis foram varridas pela pandemia no Brasil. Melhor que não fosse desse jeito, mas que bom que aconteceu. De licenças para fabricar produtos a carimbos estapafúrdios, a burocracia bateu de frente com a sua própria imobilidade, muitas vezes a serviço de interesses privados e da reserva de marcados a poderosos e privilegiados.
Tomara que, nesse aspecto, o normal de antes fique para sempre no passado. Acelerar processos e criar ambientes simples e seguros para empreender e viver deveriam ser dois dos focos mais relevantes da atuação do Estado – o que, muitas vezes, seria a não atuação em nome do bem comum.
Uso exemplos atuais para ilustrar essa análise. Até bem pouco, pensávamos que respiradores só podiam ser caros. Bastou a necessidade urgente bater às nossas portas para que centenas de universidades, empresas e empreendedores encontrassem maneiras mais baratas e simples de salvar vidas, mantendo o rigor técnico, mas sem que um cipoal até então insuperável de normas absolutamente desnecessárias atrapalhasse. Vale o mesmo para a fabricação de alguns tipos de máscaras, antes condicionada a rigores inexplicáveis. Conciliar velocidade e segurança é o grande desafio do presente e do futuro. Essa é uma das boas lições da pandemia.