Um grupo de médicos está preocupado com o fechamento da unidade Materno-Infantil do Hospital São Lucas, da PUC. O obstetra João Steibel, que era coordenador médico do setor, pediu demissão do cargo quando foi comunicado da decisão.
Uma das reclamações é a falta de diálogo interno e a possibilidade de desassistir a população.
– O fechamento não é solução, é consequência da contratualização do SUS, que é um absurdo – declara Steibel.
A unidade estaria atendendo mais pacientes do que o limite pago pelo governo, gerando prejuízos que, de acordo com o obstetra e com o sindicato médico, estariam por trás da decisão de acabar com o serviço.
– A assistência na cidade será prejudicada e também haverá prejuízos ao ensino, porque aquela unidade é responsável pela formação de profissionais. A universidade toda será prejudicada – projeta do presidente do Simers, Marcelo Marsillac Matias.
Já a PUC explica que as mudanças no posicionamento do Hospital São Lucas são resultado de estudos feitos durante dois anos, e que contemplam uma realidade inexorável: a mudança no perfil demográfico da população, que está cada vez mais velha, impondo maiores investimentos na formação de profissionais e em estruturas aptas a atender o público 60+.
A instituição enxerga uma profunda transformação no perfil epidemiológico da população, com necessidade de prevenir e tratar doenças que estarão, cada vez mais, no topo da lista de causas de mortalidade.
A PUC ressalta que as mudanças são resultado do esforço conjunto da direção do hospital, com o apoio da PUC e o diálogo permanente com a Secretaria Municipal da Saúde.