Alguns amigos colorados se mostraram incomodados com a prisão de 16 integrantes de torcidas organizadas que se engalfinharam depois de um jogo, em dezembro, no Beira-Rio. Identificam na ação do MP um perseguição e uma tentativa de prejudicar a imagem do clube. Tentei convencê-los de que, na verdade, é exatamente o contrário.
Há, nas torcidas organizadas, muita gente boa, que só quer mesmo torcer e se divertir. Os estádios, por imposição até mesmo econômica, precisam ser e parecer seguros. Isso atrai público e patrocinadores. Crianças, idosos, mulheres: todos devem se sentir bem e respeitados para que o espetáculo alcance maturidade e plenitude em todos os aspectos.
Por isso, retirar de circulação quem não sabe se comportar é um favor ao clube, similar ao prestado com as investigações sobre a roubalheira da gestão Piffero. Historicamente, presidente – com honrosas exceções – e até jogadores se dobram ao poder paralelo instaurado em guetos na arquibancada. Mais do que isso, por medo e conveniência política, apoiam indivíduos e organizações que contrariam a essência democrática, inclusiva e aberta do Internacional.
A operação do MP é a melhor notícia para os colorados, fora de campo, nesse começo de temporada. Que seja a primeira de uma série e que inspire tantas outras quanto forem necessárias.