A imagem da mão estraçalhada, em fotos e vídeos, viralizou e correu o Brasil. Foi na véspera da final da Copa do Brasil, quando o Athletico Paranaense embarcava em Curitiba rumo a Porto Alegre. O sinalizador disparado pelo torcedor explodiu na mão dele, dilacerando dedos. A cena é assustadora.
A coluna conversou com Weslley Pontes, 39 anos, que acabou perdendo grande parte da mão esquerda. Restou apenas o dedo mindinho. Ele garante que a dor e a tristeza foram suplantadas pelo carinho e ajuda que vem recebendo.
– Nunca recebi tanta solidariedade – diz Weslley. São doações em dinheiro, de roupas e até de remédios, que vem ganhando da torcida do clube, de desconhecidos e até de colorados.
Weslley ainda sente muitas dores: toma mais de cinco remédios por dia, passou por duas cirurgias e deve se submeter a mais duas, pelo menos. Já ganhou uma prótese de uma empresa de Santa Catarina, que deve ser implantada no final do ano. O torcedor, que trabalha por conta própria, como chefe de cozinha e bar, em eventos, diz que está vivendo das economias que têm e das doações.
Torcedor fanático, ele já acompanhou o Athletico em jogos na Colômbia, Uruguai, Paraguai e Argentina.
– Sou torcedor desde sempre, desde que me entendo por gente, e agora ainda mais apaixonado pelo time e pela torcida. É uma família mesmo – diz, sobre sentimentos que só o futebol pode despertar.