Mesmo sem exame de DNA, a Justiça reconheceu a ligação entre um homem adotado há trinta anos e sua mãe biológica. O caso aconteceu em Encantado, onde ajuíza Jacqueline Bervian. "Ainda que não tenha sido realizado exame pericial", disse a magistrada, "a riqueza de detalhes com que o relato das partes foi prestado, permite levar a essa conclusão".
O efeito prático é que, três décadas depois, o homem terá no registro os nomes de duas mães: a biológica e a adotiva. "A pluriparentalidade como modelo familiar passou a ser medida para resguardar o direito à felicidade das pessoas", explica a juíza.
Com nove meses, por decisão dos parentes, o menino foi afastado da mãe. Foi adotado por outras pessoas, que declararam serem os genitores biológicos, sem de fato serem. Essa prática é conhecida como "adoção à brasileira". A verdade só veio à tona 14 anos depois. Aos 30, com a ajuda de amigos, o reencontro aconteceu. Durante duas décadas, a convivência foi retomada, até que ela morreu, em 2017, quando o filho ingressou com a ação de investigação de maternidade, que chegou ao fim dia 12, quando a decisão foi tomada pela Justiça.