Disciplina, foco, simplicidade e objetividade. A gestão das redes sociais de um governo não é tarefa para amador. Por isso, a escolha de um militar para a função é, antes de tudo, o reconhecimento das falhas cometidas até agora e a tentativa da correção de rumo.
Não há, por isso, motivos de qualquer natureza para estranhamentos ou críticas. A nomeação do coronel Didio Pereira de Campo, ex-chefe da assessoria de imprensa do Exército, deveria ser anunciada e comemorada pelo próprio governo.
Ele ficará responsável pelas redes socais do governo brasileiro e não pela conta pessoal do presidente Jair Bolsonaro. A nomeação, publicada no diário oficial, gerou controvérsia.
Bolsonaro chegou a afirmar que a reportagem do jornal Folha de São Paulo, que apontava a indicação do militar ao posto no Diário Oficial da União, se tratava de fake news porque induzia o leitor a associar o perfil pessoal dele à notícia.
As redes sociais se transformaram em um território movediço, onde notícias falsas e opiniões bizarras se misturam sem qualquer pudor. Para um governo, mais do que número de likes e de visualizações, a solidez e credibilidade das mensagens é o mais importante.
Winston Churchill teria dito sobre um adversário: "Era um político tão medíocre, que escrevia os próprios discursos". A mesma lógica vale para tuítes e comunicações oficiais. Ninguém melhor que um militar para botar ordem na bagunça virtual.