A lei que proíbe bebidas alcoólicas nos estádios foi um dos grandes acertos dos últimos tempos. É claro que existe muita gente que sabe beber, que toma uma ou duas cervejas e torce pacificamente para o time do coração. Acontece que uma lei, ainda mais quando o tema envolve paixão e violência, deve valer para todos. E existe uma minoria, não tão pequena assim, que gosta de beber, mas não sabe. Me lembro dos bebuns atazanando a vida nas cadeiras do Beira-Rio quando eu era piá. A tal ponto que, somado a outros fatores, acabou afugentado crianças e mulheres dos estádios.
Fazendo uma comparação exagerada, mas didática, não podemos liberar as armas nos estádios porque tem gente que sabe lidar bem com elas. Bebida e esporte não combinam, definitivamente, ainda mais em um espaço onde crianças devem encontrar segurança e divertimento.
Outra falácia dessa discussão é o argumento econômico. Não precisa ser gênio para fazer uma conta simples: a venda de bebidas e os eventuais patrocínios iriam pelo ralo se os estádios se transformassem, mais uma vez, em território de imbecis regados a álcool. O espetáculo perde valor.
Por isso, em vez de acabar com uma boa lei porque, apesar dela, alguns bebem antes de entrar no estádio, sugiro uma outra lei: bafômetro na entrada para quem chegar algumas doses acima. Daria lucro para todo mundo. E quem quiser beber, que fique em casa ou vá para um bar, locais mais apropriados e longe de crianças e famílias que pagam para se divertir de cara limpa.