Tem muita gente boa comparando a estreia de Bolsonaro em Davos com a de Lula. É inevitável. Se o atual presidente tivesse brilhado mais do que o ex, os aplausos viriam de um lado. Se tivesse ido pior, de outro. Há também os analistas, que cumprem com a sua missão de tentar explicar, e os aloprados de ambos os lados, que só pensam em bater um no outro.
Realmente, Lula foi mais exuberante, empolgante e charmoso na Suíça. Falou sobre miséria, usou o tempo e o espaço de forma sedutora, simples e clara, oferecendo ao mundo a face moderada de uma esquerda com fama de radical.
Mas a comparação entre Lula e Bolsonaro em Davos só terá sentido definitivo se analisar tanto os pontos de partida quanto os de chagada dos dois protagonistas. Lula, a gente sabe como terminou. Bolsonaro está só começando. Na estreia manteve seu estilo Twitter de discursar.
O novo presidente brasileiro falou, entre outras coisas, em preservação ambiental, direitos humanos, crescimento econômico e combate à corrupção. Precisaremos de tempo para saber se cumprirá com as suas promessas. Até então, as comparações com o Lula de Davos são legítimas e pertinentes, mas extremamente incompletas.