Símbolo da Capital, o Laçador perdeu imponência e relevância depois que foi jogado para o acostamento. Antes, quando ainda estava no centro da avenida, era visão obrigatória. Agora, só girando pescoço. Parece também que encolheu. Ficou acanhado, mais baixo.
Na época, compreendi e apoiei os motivos que levaram ao deslocamento da obra de Antônio Caringi. Era preciso construir um viaduto. Mas o resultado foi péssimo. Ainda bem que alguém se preocupa. Merece aplauso a campanha do Sinduscon, que organiza a restauração da estátua que teve Paixão Côrtes como modelo.
Depois de restaurado, o ideal é que o Laçador voltasse para o seu lugar original. Como demolir o viaduto seria caro, trabalhoso e polêmico, só vejo um outro endereço em Porto Alegre para onde a estátua poderia ser levada. Um local central e democrático, frequentado por gente de todos os jeitos e de todos as origens: a Redenção.
Se o Laçador for levado ao parque mais querido da Capital, recuperará a dignidade perdida. Lá, voltará a ser fotografado e admirado. Será ponto de referência e de encontro. Hoje, onde está, parece um incômodo. Uma peça velha que ficou sem lugar na reforma da casa. Porto Alegre e o Rio Grande merecem mais.