Para a dupla de dançarinos mirins Maria Eduarda Bemincá Cendron e Bernardo da Veiga, todas as semanas são farroupilhas. Colegas na escola e no Departamento Tradicionalista Simpasso, os dois colecionam troféus em rodeios de dança de salão. Ela, aos 10, e ele, aos 11, venceram neste ano o maior festival de arte para crianças do Estado. Dançando um xote afigurado – ritmo de origem alemã –, os passo-fundenses levaram a melhor no Festival Tradicionalista Mirim, o FestMirim, que ocorreu em Santa Maria, em julho. O sonho de levar o troféu para casa começou em 2016. No ano passado, ficaram em oitavo lugar. A vitória veio depois de quase três anos de ensaios semanais.
– Eu disse pro pai do Bernardo: "Marcos, larga mão de ser bobo! Com tanta criança concorrendo, capaz que eles vão ganhar!" – brinca a mãe de Maria Eduarda, Fernanda Bemincá.
Depois da vitória, Marcos Tross cumpriu a promessa que havia feito. Com ajuda de Bernardo, da avó de Maria, e da mulher, Cristina, e raspou a cabeça – ainda em terras santa-marienses.
Como de costume no tradicionalismo, a amizade de Maria Eduarda e Bernardo se estendeu aos pais. Nas noites de treino para os concursos artísticos e até no churrasco de domingo, as famílias não se desgrudam. Para Fernanda, aprender a conviver com respeito é o maior ensinamento que a filha teve no tradicionalismo.
– Eles vão levar para a vida o caráter e a disciplina que aprendem a ter com a cultura gaúcha – concorda Tross.
O pequeno Bernardo conta que quer ser professor de dança de salão quando crescer. A paixão dele pela dança é a mesma de Maria Eduarda.
– Quando estou dançando, meu coração parece que vai sair pela boca porque é a coisa que eu mais amo no mundo – declara a prendinha.