Um texto de três páginas sobre agricultores, paisagens da campanha e tropeiros é a poesia favorita de Isabella Guerra. Com Aqui, de Eron Vaz Mattos, se consagrou campeã estadual de declamação de poesia neste ano, no Festival Tradicionalista Mirim, de Santa Maria. Aos 10 anos, a pequena declamadora carazinhense já participou de mais de 30 festivais e rodeios.
A mãe, Viviane Chaves, conta que a menina ensaia quase todos os dias. As duas escolhem poesias com palavras excêntricas de propósito.
– Ela gosta de aprender termos típicas do vocabulário gaudério. Eu acho ótimo, porque, assim, vamos pesquisando e aprendendo. Para declamar bem, é preciso entender o que se diz – comenta Viviane.
Palavra por palavra, treinam entonação e gestos. Tudo para que os versos ditos pela prendinha sejam capazes de emocionar até o rosto mais carrancudo da plateia.
Isabella aprendeu a primeira poesia com a avó, em uma noite. Tinha cinco anos. Uma semana depois, estreou nos rodeios. Voltou para casa com um troféu tão grande, que precisou usar as duas mãozinhas para segurar.
– Quando comecei a dançar na invernada, minha mãe me disse: "Filha, prenda tem que saber declamar poesia!"
Para a pequena declamadora do CTG Rincão Serrano, conhecer o passado do Rio Grande do Sul é um passatempo:
– A história do nosso Estado faz parte da mim.