Maior escultor brasileiro vivo, o gaúcho João Bez Batti realizou um sonho antigo. O muro de 60 metros de comprimento e 1,8 metro de altura, todo feito de basalto, está ficando pronto no Caminho de Pedras, em Bento Gonçalves.
A inspiração veio dos povos pré-colombianos.
– Eu sempre fiquei encantado com os muros e paredes de Cuzco e de Machu Picchu – explica.
As pedras de Bento Gonçalves vêm sendo coletadas e colecionadas há décadas. A ideia é inaugurar a escultura gigante em novembro, junto com uma exposição de obras do filho, o pintor Diego Bez Batti.
– Eu queria ter 10% do talento dele – orgulha-se o pai.
João Bez Batti faz questão de dar crédito também ao pedreiro Ednilson Fernandes dos Santos, que executa o delicado e complexo trabalho na parte frontal do terreno que abriga a casa e o ateliê do artista.
Na semana passada, uma turista que passava pelo local não conteve a emoção e chorou ao deparar com a parede, ainda inacabada. Bez Batti pretende esculpir nela suas tradicionais cabeças. Nunca tanto peso foi tão leve para a alma. De quem as transforma em arte e de quem as vê.