O Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do RS contestou informação publicada no fim de semana. A nota afirmava que, frente ao parcelamento de salários, departamentos da Polícia Civil estariam atuando de forma intercalada: enquanto metade trabalha, a outra folga.
Os sindicalistas reforçam que se trata de "uma revolta legítima de profissionais que arriscam cotidianamente sua vida para garantir a segurança da população gaúcha, apesar de receberem apenas R$ 350 no fim do mês".
Leia abaixo a íntegra da resposta:
Boa tarde,
Na edição de fim de semana do jornal Zero Hora, na coluna Informe Especial, foi publicada uma nota sobre a reação dos Policiais Civis ao parcelamento dos salários. Na referida nota, vocês afirmam que os policiais civis vêm trabalhando em regime parcial. Enquanto a metade trabalha, a outra metade folga.
Como representantes dos Policiais Civis, gostaríamos de saber de onde veio essa informação. Pois, nenhum policial civil está fazendo folga de forma ilegal. Os policiais cumprem seu dever, apesar de estarem sem salários, promoções e com a sua aposentadoria ameaçada. O que tem ocorrido, é uma revolta legítima de profissionais que arriscam cotidianamente sua vida para garantir a segurança da população gaúcha, apesar de receberem apenas R$ 350,00 no fim do mês.
O que esses profissionais têm realizado é um protesto, onde alguns setores têm se negado a participar de operações policiais e executarem atividades fora do seu horário de expediente. De forma nenhuma, isso significa folga. Pelo contrário, o que ocorre hoje em dia, resultado do déficit de efetivo na polícia e da necessidade do governo em apresentar números para justificar sua falta de política para a área de segurança pública, é uma sobrecarga de trabalho dos policiais. Esses profissionais executam Operações Policiais cotidianamente, além de exercerem o trabalho de carcereiros de celas superlotadas, resultado do caos do sistema penitenciário, que a incompetência do governo é incapaz de resolver.
Caracterizar como folga, um protesto legítimo dos policiais é passar para a população uma imagem de descaso da polícia civil. Isso, além de um desrespeito com os policiais, é uma atitude temerária, ao passar para o crime organizado que metade da polícia está de folga. Nesse momento, em que vivemos uma epidemia de violência no nosso estado, fruto do descaso do governo do estado com a segurança pública e da sua desastrada política de segurança, essa atitude beira a irresponsabilidade.
Por último, nos colocamos à disposição para qualquer esclarecimento sobre o movimento dos policiais civis no estado e os reflexos do parcelamento dos salários no trabalho policial.
Respeitosamente,
Assessoria de Imprensa da UGEIRM/Sindicato