A edição do jornal mais importante do mundo dedicou a sua manchete de hoje (17) para o Brasil. Uma reportagem de três páginas mostra como as gigantes da alimentação estão acostumando as crianças brasileiras a comer mal. O exemplo mais aprofundado é o da Nestlé, que apostou em um novo modelo de distribuição para entregar chocolates e biscoitos nas favelas.
Carrinhos similares aos usados pelos vendedores de picolé percorrem bairros pobres oferecendo, de porta em porta, produtos baratos e prejudiciais à saúde, quando consumidos em excesso. Os repórteres Andrew Jacobs e Matt Richtel se impressionaram com os níveis de obesidade das crianças em favelas de Fortaleza.
A reportagem também denuncia o enorme poder das indústrias alimentícias, que experimentam quedas nas vendas no Primeiro Mundo, principalmente devido ao desenvolvimento de uma maior consciência alimentar nos países mais desenvolvidos.
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Mais uma vez, a América Latina e a África estão virando o depósito de produtos que os consumidores mais conscientes estão deixando de ingerir. O The New York Times revela que, na campanha de 2014, as indústrias da alimentação doaram US$ 158 milhões para deputados e senadores brasileiros. Talvez isso explique por que o controle sobre o lixo que as crianças comem é tão frouxo no país.