No dia 10 de agosto, o Informe Especial publicou um texto opinativo em que o colunista dizia preferir magistrados que falam, quando convidados a dar entrevistas, aos que ficam em silêncio.
Na edição de Zero Hora do fim de semana passado (19 e 20/8), a coluna publicou, na seção Tribuna, a crítica de um bacharel em Jornalismo ao texto em questão. O comentário gerou uma troca de e-mails entre Tulio Milman e outro leitor. Confira abaixo a discussão.
Milton:
Nunca ninguém descreveu com tanta precisão quem é e o que é o Tulio Milman, como o estudante Felipe Severo. Trata-se de um colunista que nem Zero Hora merece. Um adesista abjeto a tudo que significa poder. Bajula Temer e Gilmar Mendes, elogia tudo que se refere ao golpe, tenta dourar a pílula até do gringo incompetente do Sartori. Sua coluna dá engulhos. Estou cancelando a assinatura por causa dele.
Tulio:
Caro Sr. Milton:
Lamento que minhas opiniões lhe causem tanto desgosto. Zero Hora tem muitos outros colunistas e opiniões. As minhas são apenas uma pequena parte do jornal. Por uma questão de justiça - não quero aqui jamais desqualificar a sua percepção, embora considere seu mail um tanto agressivo - escrevi vários textos e notas extremamente críticos ao governo Temer. Minha opinião é de que o governo Temer se rendeu ao mesmo esquema que derrubou o governo Dilma. Usa a economia para justificar a falta de ética. Externei isso várias vezes. E continuarei externando. Não gosto do ministro Gilmar Mendes e jamais tentei bajulá-lo, O texto a que o senhor se refere é muito mais uma crítica a magistrados profundamente ideologizados, que se escondem atrás da toga. Gilmar Mendes pelo menos diz o que pensa. Eu não concordo, mas reconheço que ele não se esconde.
Caro Sr. Milton, me posiciono politicamente ao centro. Não tenho paixões partidárias e nem ódios pré-estabelecidos. Fui brizolista na adolescência, convicto. Ainda admiro a posição do governador Brizola sobre educação. De resto, me defino como um radical da moderação. Sei que isso pode se confundir com adesismo, ou murismo. Mas lhe asseguro: é apenas equidistância dos extremos que estão empurrando o Brasil para esse clima de confronto que nos levará a lugar algum.
Se o senhor chegou até aqui no meu texto, lhe agradeço. Pelo menos me deu a chance de me explicar. Tomara que eu tenha conseguido.
Um bom final de semana. Obrigado pela atenção!
Milton:
Agradeço seu e-mail ponderado e procurarei vê-lo um pouco mais por sua própria autodefinição. A agressividade é, simplesmente, o que brota de quase tudo que leio quando seus comentários tocam em política.
Tulio:
Me autoriza a publicar nossa troca de emails? A última palavra é sua e me ajudaria a explicar como penso. Se preferir, posso ocultar seu nome.
Milton:
Sem problemas, pode publicar e não precisa ocultar nada.Apenas sugiro que o comentário mencionado, do estudante Felipe, faça parte da publicação para dar sentido ao contexto.
Leia também
A mais nova moradora do Gramadozoo
A pedido de Deus, ex-pastor gaúcho produz cruzadinhas ''estritamente bíblicas''
Porto Alegre recebe no domingo o 1º Encontro de Cuscos do RS
A pedido do leitor Milton, publicamos abaixo a crítica de Felipe Severo:
Caro Túlio:
Tens certeza que possui credenciais para comentar sobre Gilmar mendes?
Sua coluna de hoje é uma ode ao sabujismo, o famoso jornalismo-marrom estudado nos bancos universitários de jornalismo.
Como pode ser tão raso e acrítico numa só coluna?
Pesquise em qualquer site jornalístico o histórico de Gilmar Mendes, suas condutas suspeitas, antes de nos "brindar" num jornal de alta circulação, com tanta baboseira. É incrível!
Como pode não enxergar suspeição na relação Temer-Gilmar, onde este tenta avocar para si os inquéritos em que o presidente é investigado?
Como pode?
Vendo tamanho espaço destinado a sua coluna na ZH, percebo que, no jornalismo empresarial chapa-branca, nenhum jornalista honesto e crítico tem condições de conquistar o espaço da coluna que gozas.
A limitação jornalística grita, ao ponto de ter de informar aos teus leitores que escreves de Filadélfia, para dar um lustro intelectual ao colunista, com um ar glamouroso no texto.
(...)
Felipe Severo
Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo