Simplicidade, sim. Simplificação, não. O debate sobre privatizações do Rio Grande do Sul se grenalizou. De novo. Adoramos nossas tradições. E cada um puxa pra um lado. Aí, a melhor resposta vira murismo. Depende. A favor ou contra. Depende. Essa é a minha conclusão mais verdadeira, mais pensada, mais profunda.
Desde que assumiu o governo no susto, porque jamais esperava vencer, José Ivo Sartori vem se especializando em diagnósticos. Mas ainda não conseguiu desenhar uma visão de futuro. Difícil, quando um incêndio atrás do outro ocupa a agenda, mas fundamental para um governo que se pretende saneador. Como queremos o Rio Grande do Sul daqui a 10, 20, 30 anos? Quais vocações são as mais relevantes, quais os espaços mais coerentes a serem ocupados com nossa matriz cultural e econômica? Como crescer? As respostas levariam a uma conclusão sobre tamanho e função do Estado. O que vemos é o processo reverso.
O discurso oficial de defesa das privatizações é o da emergência. É o do problema do agora e não o da solução de amanhã. Como se nossa inserção no futuro dependesse de tudo, menos de nós mesmos.
Privatizar ou não é uma resposta tática a uma estratégia. Não deveria ser apenas geração de caixa. Não é o agora. É o depois. Nessa lógica, não é a situação atual que deveria ser considerada, mas a relevância numa projeção de tempo e de estrutura definida por um mergulho mais profundo em conceitos como propósito e missão.
O problema é que, no dia em que isso for feito, correremos o risco de encontrar argumentos consistentes para privatizar ou fechar não apenas estatais e fundações, mas todos os governos do mundo na forma como funcionam hoje.
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Conexões
Apple e Unisinos estão formando uma parceria. Uma cláusula de confidencialidade impede empresa e universidade de comentarem o assunto.
O mago
O acervo do gaúcho Plauto Cruz vai ficar mais acessível. Os álbuns completos e vídeos das performances do maior flautista brasileiro vivo estarão disponíveis em um canal no YouTube a partir desta segunda-feira.
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TRIBUNA – Aqui, o leitor tem a palavra final
Nojo de ti. Deves estar ganhando caminhões de dinheiro do Estado para tentar convencer o povo dos absurdos desse governo Sartori.
@vanessarleal (Twitter)
Sobre a jornada de Amyr Klink, 40 anos atrás: Na coluna da edição fim de semana da Zero Hora, escreveste que um cidadão percorreu todo o litoral gaúcho de Torres ao Chuí. Porém estás errado, pois o município de Chuí não tem praia. Nossa última praia gaúcha pertence ao município de Santa Vitória do Palmar!
Felipe
Sobre o processo de fechamento de uma escola pública que cometeu o pecado de ser construída em um terreno que ficou supervalorizado:
Deve ser imediatamente denunciado ao Ministério Público (se já não foi) aquela questão do terreno em que estão a escola e o Ipergs, que o jornalista e demais constataram. Tem coisa feia na jogada! E não ficar no low profile, senão um shopping vai ter preferência sobre uma escola, fato impossível de acontecer em países desenvolvidos e éticos!!
Hélio Augusto Hettwer
Sobre a tendência de dar café de graça e descontos nos lanches a policiais fardados, que começou nos EUA e chegou a Porto Alegre:
Agora descobri o porquê de um grande número de policiais americanos sofrer com a obesidade: Dunkin' Donuts (risos). Nossos heróis aqui dos Pampas também merecem todo o nosso carinho. Vamos mimá-los, mas sem engordá-los.
Nelson Noschang